The Lure of Grammatical Rectification

Autores

  • Fritz Senn Zurich James Joyce Foundation

DOI:

https://doi.org/10.5007/1980-4237.2012n12p7

Resumo

Existe um ímpeto normativo quase inevitável na tradução, e os resultados dessas frequentemente exibem uma maior conformidade do que os originais dos quais derivam, um hábito que afeta os autores desviantes mais do que os autores convencionais. O Ulysses de Joyce é desviante de modo politrópico e transgressor, impondo com isso problemas adicionais. Um deles é a técnica que busca imitar a imediatez e a aparente aleatoriedade de impressões e associações intrometidas, antes que o pensamento emergente seja articulado mentalmente com precisão sintática. O monólogo interior, ou fluxo de consciência, é caracterizado por sua forma momentaneamente não coordenada (ou não necessariamente coordenada), frequentemente fragmentária ou desordenada, gramaticalmente deficiente (ou somente em parte), e que se mostra frequentemente como uma sequência pré-editada espasmódica. Ao que tudo indica, as traduções pendem para a ordem ou para a melhoria sintática de acordo com as regras da língua alvo. Este ensaio busca mostrar como os tradutores lidam com tais questões (quer estejam cônscios delas de algum modo) e quais artifícios empregaram, se é que algum o foi. A pontuação é algo a que frequentemente recorrem em prol da clarificação. É óbvio que as regras ou usos sintáticos ou a necessidade de inflexão de línguas particulares pode obstar empreendimentos re-criadores. O medo de que uma construção que resulte “defectiva” possa ser atribuída à falta de competência do tradutor em vez de a alguma idiossincrasia do autor também está certamente em jogo. Casos específicos são examinados, especialmente aqueles em que uma impressão particular impacta sobre a mente e determina a forma (pré-)linguística do pensamento. Enfoca-se o idioma alemão, com incursões ao holandês assim como a línguas romances cujas normas sintáticas possam pesar contra a descontraída flexibilidade de Joyce.

-

ABSTRACT

There is an almost inevitable normative urge in translation whose results often show more conformity than their originals, a habit that affects deviant authors more than the conventional ones. Joyce's Ulysses is polytropically deviant and transgres-sive and in this poses additional problems. One of them is a technique that tries to imitate the immediacy and seeming randomness of intruding impressions and associations before the emerging thought is mentally articulated with syntactic precision. The interior monologue, or stream of consciousness, is characterized by its as yet uncoordinated (or not necessarily coordinated) form, it is often fragmentary or in disarray, deficiently grammatical (or only in part), often just a jerky pre-edited series. Translations to all appearances incline towards order or syntactical improvement, according to the rules of the target language. The essay attempts to show how translators deal with such issues, whether they are aware of them at all and what devices have been employed, if any. Punctuation is frequently resorted to for the sake of clarification. It is obvious that syntactic rules or usages or the need for inflection in the respective languages may get in the way of recreative ventures. A fear that a resulting "defective" construction might be attributed to a translator's lack of competence rather than an author's idiosyncrasy is certainly at work as well. Specific cases are examined, specially items where a particular impression impinges on the mind and determines the (pre-)linguistic shape of a thought. The focus is on German, with forays into Dutch, as well as on Romanic languages where syntactical norms may militate against Joyce's relaxed flexibility.

Keywords: Grammar and Syntax; Inchoate thoughts; Indeterminacy; James Joyce; Officious rectification.

Biografia do Autor

Fritz Senn, Zurich James Joyce Foundation

Estudioso da vida e da obra de James Joyce há mais de cinco décadas, Senn contribuiu de maneira decisive para conformar os estudos joyceanos tal como o conhecemos hoje, tendo ensinado na Europa e nos Estados Unidos, e influenciado diversos estudiosos com suas publicações, as quais incluem artigos, ensaios e livros. Fundou a Zurich James Joyce Foundation em 1985 com o intento de manter vivas a memória e a obra de Joyce.

Downloads

Publicado

2012-12-28

Edição

Seção

Artigos / Articles