Translating Shakespeare’s imagery for the Chinese audience – With reference to Hamlet and its versions in Chinese and in European languages / A tradução das imagens de Shakespeare para a audiência chinesa – Com referência a Hamlet e suas versões em chinês

Autores

  • Laurence K. P. Wong Chinese University of Hong Kong
  • Gustavo Althoff Universidade Federal de Santa Catarina

DOI:

https://doi.org/10.5007/%25x

Resumo

De um modo geral, a mensagem de um poema é transmitida em três níveis: o semântico, o sintático e o fonológico. Quão traduzível cada um desses níveis é para o tradutor depende do quanto de cognação exista entre as línguas fonte e alvo: quanto mais cognação, mais traduzível cada um desses níveis. Assim, em relação aos três níveis, a tradução entre línguas da mesma família, como o inglês e o francês, pertencentes à família indo-europeia, é mais fácil do que a tradução entre línguas de famílias diferentes, como o inglês e o chinês, que pertencem, respectivamente, às famílias indo-europeia e sino-tibetana. Se se quiser fazer uma outra distinção, pode-se dizer que na tradução entre a língua chinesa e as línguas europeias o nível semântico é menos desafiador do que os níveis sintático e fonológico uma vez que as características sintáticas e fonológicas estão atreladas à língua e não se prestam prontamente à tradução, ao passo que, de modo geral, pares de línguas quaisquer contam com palavras e expressões correspondentes no nível semântico para expressar idéias ou descrever objetos, eventos, percepções e sentimentos semelhantes. Porque uma imagem deve sua existência, em grande medida, ao seu conteúdo semântico, a imagística de um poema é mais fácil de traduzir do que suas características fonológicas. Seja como for, no que se refere à tradução, há ainda uma outra diferença: aquela entre a imagística da poesia não-dramática e a imagística do drama poético. Com referência a Hamlet e suas versões em chinês e em línguas europeias, discute-se neste artigo tal diferença e os desafios que o tradutor tem de enfrentar ao traduzir a imagística do drama poético de uma língua para outra; também mostra como traduzir a imagística de Shakespeare do inglês ao chinês é mais desafiador do que traduzi-la do inglês a outras línguas europeias.

ABSTRACT

Generally speaking, the message of a poem is conveyed on three levels: the semantic, the syntactic, and the phonological. How translatable each of these levels is to the translator depends on how much cognation there is between the source and the target language: the more cognation there is, the more translatable each of these levels. Thus, in respect of all three levels, translation between languages of the same family, such as English and French, both of which belong to the Indo-European family, is easier than translation between languages of different families, such as English and Chinese, which belong respectively to the Indo-European and the Sino-Tibetan family. If a further distinction is to be made, one may say that, in translation between Chinese and European languages, the semantic level is less challenging than both the syntactic and the phonological level, since syntactic and phonological features are language-bound, and do not lend themselves readily to translation, whereas language pairs generally have corresponding words and phrases on the semantic level to express similar ideas or to describe similar objects, events, perceptions, and feelings. As an image owes its existence largely to its semantic content, the imagery of a poem is easier to translate than its phonological features. Be that as it may, there is yet another difference: the difference between the imagery of non-dramatic poetry and the imagery of poetic drama when it comes to translation. With reference to Hamlet and its versions in Chinese and in European languages, this paper discusses this difference and the challenges which the translator has to face when translating the imagery of poetic drama from one language into another; it also shows how translating Shakespeare’s imagery from English into Chinese is more formidable than translating it from English into other European languages.

Keywords: Shakespeare’s imagery; Hamlet; Chinese audience; European languages

Biografia do Autor

Laurence K. P. Wong, Chinese University of Hong Kong

Bacharel em Artes (Bachelor of Arts) em Inglês e Tradução e mestre em Inglês pela Universidade de Hong Kong. Fez seu Doutorado em Estudos do Leste Asiático na Universidade de Toronto. Lecionou no Departamento de Inglês e Literatura Comparada da Universidade de Hong Kong e no Departamento de Língua, Literatura e Linguística da Universidade de York, no Canadá. Exerceu o cargo de professor de tradução Wai Kei Kau no Departamento de Tradução da Universidade de Lingnan antes de se juntar, em 2006, à Universidade Chinesa de Hong Kong, onde atualmente é professor de tradução no Departamento de Tradução, além de Decano Associado da Faculdade de Letras (na área de pesquisa). Traduz do chinês para o inglês, bem como do inglês, francês, italiano, alemão e espanhol para o chinês. Suas publicações incluem 12 livros de poemas, seis coletâneas de ensaios líricos, oito coletâneas de ensaios críticos, uma seleção de seus próprios poemas, uma edição bilíngüe (chinês-inglês / inglês-chinês) de poemas seus e de Andrew Parkin, uma tradução ao inglês de um livro de poemas chineses, uma tradução ao chinês, em terza rima, da Divina Commedia a partir do original italiano, e duas coleções de ensaios na área dos Estudos da Tradução. Seus interesses de pesquisa abrangem tradução literária, estudos da tradução, estudos linguísticos, literatura clássica chinesa, literatura chinesa moderna, literatura europeia e literatura comparada.

Gustavo Althoff, Universidade Federal de Santa Catarina

Possui graduação em Ciências Sociais pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) (1998) e doutorado em Estudos da Tradução pelo Programa de Pós-Graduação em Estudos da Tradução (PGET) da mesma instituição (2012), havendo feito doutorado sanduíche na Wake Forest University (2009-2010). Sua tese de doutorado trata de Tradução de Filosofia e se intitula “Prolegômenos sobre a Tradução de Filosofia via uma tradução comentada do An Inquiry into the Human Mind de Thomas Reid”. Atualmente é pós-doutorando da PGET (2012/2–2013/2). Faz parte da editoria de Scientia Traductionis desde 2010, tendo sido seu editor-assistente de 2010/1 a 2013/1, e seu co-editor-chefe a partir de 2012/2. Atua principalmente nos seguintes temas: Teoria, História e Crítica da Tradução, Tradução, e Tradução de Filosofia.

Downloads

Publicado

2013-08-02

Edição

Seção

Dossiê: Tradução & Poesia Chinesa (Org. Raquel Abi-Sâmara)