Para se ler o vazio / para se ler as poéticas digitais e suas artes
DOI:
https://doi.org/10.5007/1807-9288.2022.e83944Palavras-chave:
Poesia Digital, Escrileitura, Álvaro Andrade Garcia, André ValliasResumo
O objetivo deste artigo é ler alguns poemas das décadas de 1980 e 1990 dos poetas Álvaro Andrade Garcia e André Vallias. Buscamos, assim, expor as mudanças que a cultura digital impôs aos campos da literatura e das artes em geral. Para isso, buscamos discutir os problemas decorrentes da obsolescência das máquinas e as dificuldades de acesso e leitura dos textos, bem como da necessidade de preservar esses mesmos textos. Em seguida, discutimos aspectos da literariedade dos textos digitais e as possibilidades de leitura desses textos. Trouxemos aspectos ligados à remediação dos textos digitais, de sua memória e das formas de se ler esses textos, considerando o estágio atual das máquinas e das artes dos poetas aqui estudados. Na parte final, demos destaque ao poema hipertextual Aleer, de André Vallias, para mostrar a obra digital é, ao mesmo um tempo, um modo para um sentido aberto e expansivo da leitura e também para construir a biblioteca infinita sonhada por Borges.
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