Para se ler o vazio / para se ler as poéticas digitais e suas artes

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.5007/1807-9288.2022.e83944

Palabras clave:

Poesia Digital, Escrileitura, Álvaro Andrade Garcia, André Vallias

Resumen

O objetivo deste artigo é ler alguns poemas das décadas de 1980 e 1990 dos poetas Álvaro Andrade Garcia e André Vallias. Buscamos, assim, expor as mudanças que a cultura digital impôs aos campos da literatura e das artes em geral. Para isso, buscamos discutir os problemas decorrentes da obsolescência das máquinas e as dificuldades de acesso e leitura dos textos, bem como da necessidade de preservar esses mesmos textos. Em seguida, discutimos aspectos da literariedade dos textos digitais e as possibilidades de leitura desses textos. Trouxemos aspectos ligados à remediação dos textos digitais, de sua memória e das formas de se ler esses textos, considerando o estágio atual das máquinas e das artes dos poetas aqui estudados. Na parte final, demos destaque ao poema hipertextual Aleer, de André Vallias, para mostrar a obra digital é, ao mesmo um tempo, um modo para um sentido aberto e expansivo da leitura e também para construir a biblioteca infinita sonhada por Borges.

Biografía del autor/a

Rogério Barbosa da Silva, Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais

Graduado em Letras pela Universidade Federal de Minas Gerais (1991), mestrado em Estudos Literários - Literatura Brasileira pela Universidade Federal de Minas Gerais (1997) e doutorado em Estudos Literários - Literatura Comparada pela Universidade Federal de Minas Gerais (2005). É professor do Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais/Departamento de Linguagem e Tecnologia, e atua no PPG Sricto Sensu em Estudos de Linguagens e no Curso de Letras [Tecnologias de Edição]. Coordena o grupo TECNOPOÉTICAS: Grupo de Pesquisa em Poéticas Telemáticas, Cibernéticas e Impressas. Integra o comitê editorial da LED - Editora Laboratório do Curso de Letras/CEFET-MG, em que conduz os projetos Revista Editar e Série E-Leituras. Coeditou a revista ATO (de Belo Horizonte) e o Jornal Literário DEZFACES. Coordena o projeto: www.poemaps.org. Interesse em pesquisas sobre interfaces entre literatura, tecnologia e hipermídia, edição de poesia e livros de artista, poesia brasileira e portuguesas contemporâneas, visualidade e experimentalismos poéticos.

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Publicado

2022-11-09