Línguas ameríndias: modos e caminhos da tradução
DOI:
https://doi.org/10.5007/2175-7968.2012v2n30p35Resumo
A partir de um esforço de sistematização de observações esparsas e de uma longa experiência de estudo de línguas ameríndias faladas no Brasil, este texto enfoca aspectos do trabalho de tradução que atravessa todo o processo da pesquisa linguística e etnográfica. Entendendo tradução no sentido mais amplo possível, são abordados diferentes temas interrelacionados, tomando como caso em análise exercícios tradutivos entre uma língua karib do Alto Xingu – o Kuikuro – e o português. O primeiro tema é o da transformação de falas e artes verbais de tradição oral em textos escritos, passo que antecede qualquer forma de tradução propriamente dita. O segundo tema concerne a produção escrita e a tradução induzidas pela escolarização e pelas demandas do pesquisador. O terceiro tema, inevitável, é o trabalho de tradução motivado pelo contato com missionários. Existem nexos entre essas operações de transfiguração do exótico em familiar e vice-versa, e as pretensões ‘civilizatórias’ de missionários, agentes da escolarização e pesquisadores, uma armadilha pronta a engolir mesmo os tradutores, indígenas e não-indígenas, mais bem intencionados.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Autores mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional (CC BY) que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro, com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista).