Encenando escândalos políticos: duas adaptações brasileiras de Ricardo III, de William Shakespeare
DOI:
https://doi.org/10.5007/2175-7968.2014v1n33p71Resumo
Evidenciando o contexto-sócio político do Brasil nos anos de 2003 a 2006, este artigo analisa duas produções de Ricardo III de Shakespeare: Ricardo III, dirigida e adaptada por Jô Soares e Ricardo III, dirigida por Roberto Lage e adaptada por Celso Frateschi. Ambas encenadas em São Paulo, em 2006. De 2003 a 2006, o Brasil passou por um momento difícil no âmbito politico. Vários escândalos aconteceram durante o governo do presidente Lula. Os chamados: Escândalo do Mensalão, Escândalo dos Bingos, e Escândalo dos Correios vieram à tona em 2005 e em 2006, atraindo de modo decisivo a atenção da imprensa e do público em geral. Partindo da premissa que uma produção teatral está intrinsecamente ligada ao seu contexto e, levando em consideração o fato de que duas produções de uma das peças mais politicas de Shakespeare foram simultaneamente encenadas no Brasil em um período de escândalos políticos, a análise busca verificar como e se cada produção construiu certas passagens do texto para evidenciar o atual contexto político, especialmente em 3.2, na qual os cidadãos discutem a condição de seu país. A análise da cena parece demonstrar que o Ricardo III de Soares faz referências explícitas acerca do contexto político atual, enquanto que o Ricardo III de Frateschi e de Lage parece abordar outros problemas da sociedade brasileira, tais como violência urbana e os efeitos negativos do capitalismo.
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