A articulação entre os universos local e global na formação do leitor

Autores

  • Sabatha Catoia Dias Universidade Federal de Santa Catarina
  • Mary Elizabeth Cerutti-Rizzatti Universidade Federal de Santa Catarina

DOI:

https://doi.org/10.5007/1984-8420.2010v11n2p13

Resumo

Este artigo resulta de pesquisa qualitativa interpretativista (MASON, 1998), empreendida na busca de responder à questão-problema: Como se caracteriza a ação docente em se tratando da articulação entre os universos “local” e “global” no tratamento da leitura na escola? Os participantes de pesquisa são oito professores de ensino fundamental de escolas públicas de municípios de Santa Catarina, convidados a relatar sua ação didático-pedagógica em se tratando da formação do leitor, com enfoque nas estratégias de articulação dos universos local e global (STREET, 2003; 2007). Concebendo que o trabalho com leitura precisa considerar conceitos-chave como gêneros discursivos (BAKHTIN, 2003 [1979]) e eventos e práticas de letramento (STREET, 1988; BARTON, 1994), dada a compreensão que o ato de ler instaura-se em contextos interacionais, este estudo defende a articulação entre o local e o global no ensino da leitura, argumentando em favor da consideração das práticas de letramento para, com base nelas, mediar a ressignificação dessas práticas à luz das especificidades da macrocultura grafocêntrica das sociedades contemporâneas. A base teórica são estudos de Street (2003a; 2003b; 2007) sobre o diálogo entre o local e global nos eventos de letramento, e estudos de Bakhtin (2003 [1979]) sobre gêneros discursivos. A análise sinaliza uma ação docente consolidada em abordagens de leitura descomprometidas com conceitos de gêneros discursivos e letramento e destituídas do zelo na articulação entre as dimensões local e global do letramento. Prevalecem encaminhamentos de leituras avulsas, a despeito de mais de duas décadas de discussões sobre a dimensão interacional dos usos da escrita.

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Publicado

2010-05-03

Edição

Seção

Artigos