Official policies and planning for the maintenance of the colonial linguistic ideology of deficit

Authors

DOI:

https://doi.org/10.5007/1984-8420.2022.84182

Keywords:

Colonial linguistic ideology of deficit, Interlanguage, Interportuguese, Portuguese of the deaf

Abstract

Brazilian Portuguese is a linguistic construction in the/of the diversity in interaction, like any language, except those whose peoples are still found in isolation. Despite that, the studies about policies of linguistic contact employ as an analysis tool, principally, the interferences between the languages, in general, deficit pointers. One of those tools is the ideological notion of interlanguage, the basis of the understanding of what are creole languages, for example. As a pressuposition, the interlanguage has been employed in the teaching of languages in situation of asymmetric contact between languages, since the colonization of Brazil. With this discussion, we propose a critical reflection on the impacts of the theoretical conception of interlanguage in the linguistic analysis of the expressed written practices in Portuguese by deaf people in the maintenance of the colonial ideology of deficit, by force of the official homogenizing monolingual policies and linguistic planning. In relation to the process of acquisition/learning of written Portuguese by the deaf person, the emerging language, in this text called interportuguese of the deaf person, is considered deficitary, once the interference of Libras in Portuguese distances the emerging interlinguistic system from the language model determined for everyone. Ideologically, the conception of interportuguese sustains the coloniality of language through the conception of “mistakes”, discursively softened with euphemisms like “omission”, “inadequacy”, “failure”, “deviations,” “trades”, etc., maintained in the teaching practices, generating epistemic violences. From the perspective of Decolonial Sociolinguistics, we consider urgent the need to problematize linguistic conceptions that sustain epistemic violences through teaching, especially in contexts of languages and peoples historically subalternized.

Author Biographies

Hildomar José de Lima, Universidade Federal de Goiás

Doutor em Letras e Linguística pela Universidade Federal de Goiás. Professor do Departamento de
Libras e Tradução, da Faculdade de Letras da Universidade Federal de Goiás.

Tânia Ferreira Rezende, Universidade Federal de Goiás

Doutora em Linguística pela Universidade Federal de Minas Gerais. Professora do Departamento de
Linguística e Língua Portuguesa e do Programa de Pós-Graduação em Letras e Linguística, da
Faculdade de Letras da Universidade Federal de Goiás.

References

ALVES, M. M.; LESSA-DE-OLIVEIRA, A. S. C. A categoria tempo na interlíngua português-libras. In: Seminário de Pesquisa em Estudos Linguísticos, 9, 2017, Vitória da Conquista. Anais [...]. Vitória da Conquista, 2017, p. 267-272.

ALMEIDA, J. A. de. Aquisição do sistema verbal do português-por-escrito pelos surdos. 2007. 122 f. Dissertação (Mestrado em Linguística) – Instituto de Letras, Universidade de Brasília, Brasília, 2007.

ANDRADE, T. R. Pronomes pessoais na interlíngua do surdo/a aprendiz de português l2 (escrito). 2016. 85 f. Dissertação (Mestrado em Linguística) – Instituto de Letras, Universidade de Brasília, Brasília, 2016.

ANZALDÚA, G. Borderlands/La frontera – the new mestiza. San Francisco: Aunt Lute Books, 2012.

BRITO, L. P. F. “As palavras ficam adormecidas e um dia elas acordam”: a construção do conhecimento em português pela pessoa surda. 2020. 15 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Especialização em Linguística das Línguas de Sinais) – Faculdade de Letras, Universidade Federal de Goiás, Goiânia, 2020.

BROCHADO, S. M. D. A apropriação da escrita por crianças surdas usuárias da língua de sinais brasileira. 2003. 431 f. (Tese de Doutorado) – Faculdade de Ciências e Letras de Assis, Universidade Estadual Paulista, 2003.

CARNEIRO, S. Racismo, sexismo e desigualdade no Brasil. São Paulo: Selo Negro, 2011.

DAMÁZIO, M. F. M. Atendimento Educacional Especializado: pessoas com surdez. Brasília: MEC/SEESP, 2007.

FANON, F. Pele negra, máscaras brancas. Tradução de Renato da Silveira. Salvador: EDUFBA, 2008.

FINAU, R. Aquisição de escrita por alunos surdos: a categoria aspectual como um exemplo do processo. RBLA, Belo Horizonte, v. 14, n. 4, p. 935-956, 2014.

GONZALEZ, Lélia. Racismo e sexismo na cultura brasileira. Revista Ciências Sociais Hoje, Anpocs, 1984, p. 223-244.

JANSON, T. A história das línguas: uma introdução. Trad. Marcos Bagno. 1. ed. São Paulo: Parábola Editorial, 2015.

HOOKS, B. Erguer a voz: pensar como feminista, pensar como negra. Trad. Cátia Bocaiuva Maringolo. São Paulo: Elefante, 2019.

KILOMBA, G. Memórias da plantação: Episódios de racismo cotidiano. Rio de Janeiro: Cobogó, 2019.

KLEIN, W. The contribution of second language acquisition research. Language Learning, December, p. 527-550, 1998.

LIMA, H. J. Interpretação transemiótica de práticas sociolinguísticas expressas em português escrito por pessoas surdas. 2020. 191 f. (Tese de Doutorado) – Faculdade de Letras, Universidade Federal de Goiás, 2020.

LIMA, L. R. As estruturas de causa e consequência na aquisição do português-por-escrito como segunda língua pelos surdos. 2010. 113 f. Dissertação (Mestrado em Linguística) – Instituto de Letras, Universidade de Brasília, Brasília, 2010.

LIMA, H. J.; REZENDE, T. F. O português do(a) surdo(a) no rizoma das línguas brasileiras. Itinerarius Reflectionis, Goiânia, v. 15, n. 4, p. 01-21, 2020. DOI: 10.5216/rir.v15i4.59400. Disponível em: https://revistas.ufg.br/rir/article/view/59400. Acesso em: 7 set. 2021.

LIMA, H. J.; REZENDE, T. F. Euro-ouvintismo e colonialidade epistêmico-linguística. In: Congresso Internacional – Línguas, Culturas e Literaturas em Diálogo: Identidades Silenciadas, 2, 2018, Brasília. Resumos do II Congresso Internacional – línguas, culturas e literaturas em diálogo: identidades silenciadas. Brasília: UnB, 2018, p. 3-4.

LUCCHESI, D. Língua e sociedade partidas: a polarização sociolinguística no Brasil. São Paulo: Contexto, 2015.

MESQUITA, A. C. R. A categoria preposicional na interlíngua do surdo aprendiz de português (L2). 2008. 118 f. Dissertação (Mestrado em Linguística) – Instituto de Letras, Universidade de Brasília, Brasília, 2008.

MIGNOLO, W. D. Epistemic Disobedience, Independent Thought and De-Colonial Freedom. Theory, Culture & Society, 2009 (SAGE, Los Angeles, London, New Delhi, and Singapore), v. 26, n. 7 -8, p. 1-23 (DOI: 10.1177/0263276409349275).

MOTA, R. C. Estudo dos quantificadores tudo e todo na interlíngua de surdos aprendizes de Português L2. 2013. 79 f. Dissertação (Mestrado em Linguística) – Instituto de Letras, Universidade de Brasília, Brasília, 2013.

MUNDURUKU, D. A escrita e a autoria fortalecendo a identidade. Povos Indígenas no Brasil, Instituto Socioambiental, 18 setembro 2017. Disponível em: https://pib.socioambiental.org/pt/A_escrita_e_a_autoria_fortalecendo_a_identidade. Acesso em: 23 ago. 2021.

NASCIMENTO, G. Racismo linguístico: os subterrâneos da linguagem e do racismo. Belo Horizonte: Letramento, 2019.

NASCIMENTO, G. Pretoguizar a língua portuguesa: o português dos africanos escravizados e trazidos para o Brasil. Museu da Língua Portuguesa, São Paulo, 31 agosto 2021. Disponível em: https://www.museudalinguaportuguesa.org.br/pretoguizar-a-lingua-portuguesa-o-portugues-dos-africanos-escravizados-e-trazidos-para-o-brasil-artigo-de-gabriel-nascimento/. Acesso em: 22 set. 2021.

PEIXOTO, R. C.; DIAS, A. M. I. O ensino de português para surdos: analisando diretrizes e publicações brasileiras. In: Encontro Nacional de Didática e Práticas de Ensino, 16, 2012, Campinas. Políticas de formação inicial e continuada de professores [recurso eletrônico]. Araraquara: Junqueira & Marin Editores, 2012. p. 2273-2284.

QUADROS, R. M.; SCHMIEDT, M. L. P. Ideias para ensinar português para surdos. Brasília: MEC, SEESP, 2006.

QUERINO DA SILVA, J. P. (Juão Nyn). Tybyra: uma tragédia indígena brasileira. São Paulo: Selodoburro, 2020.

QUIJANO, A. Colonialidade do poder e classificação social. In: SOUSA SANTOS, B. de; MENESES, M. P. Epistemologias do Sul. Coimbra: Almedina, 2010, p. 73-116.

REZENDE, T. F. Polifonia ontoepistemológica transcultural em gêneros do discurso oral. Artigo inédito que compõe o relatório de pesquisa de pós-doutoramento da autora, 2019.

SALIÉS, T. G. Ensino-aprendizagem de PL2 na Comunidade Surda à luz de estudos em aquisição de L2. In: Congresso

Brasileiro de Linguística Aplicada, 14, 2011, Rio de Janeiro. Anais [...]. Rio de Janeiro: IX CBLA - ALAB, 2011.

SALLES, H. M. M. L. et al. Ensino de língua portuguesa para surdos: caminhos para prática pedagógica. v. 1. Brasília: MEC, SEESP, 2004.

SANTOS, G. S. Produção de textos paralelos em língua portuguesa e uma interlíngua de libras. 2009. 94 f. Dissertação (Mestrado em Informática) – Faculdade de Informática, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2009.

SELINKER, L. Interlanguage. International Review of Applied Linguistics, v. 10, n. 3, p. 209-231, 1972.

SILVA, C. M. M. A interlíngua português-libras na produção textual escrita de pessoas surdas adultas usuárias de libras aprendizes do português escrito como segunda língua. 2018. 115 f. Dissertação (Mestrado em Letras) – Centro de Artes e Comunicação, Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2018.

SILVA, S. G. C. Avaliação da língua portuguesa para o aluno surdo: experiências em escolas públicas municipais de Pernambuco. 2015. 127 f. Dissertação (Mestrado em Linguística) – Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes, Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, 2015.

Published

2022-12-19