A (re)existência dos povos indígenas nas entranhas do sertões baianos: uma breve história social linguística
Palabras clave:
Povos indígenas, História social Linguística, Sertão, Catequização, ColonizaçãoResumen
Este artigo tem como objetivo explorar a história social e linguística dos povos indígenas no sertão baiano, com um enfoque específico na família Kariri, pertencente ao tronco macro-jê, por meio das abordagens da História Social Linguística. O texto enfatiza o impacto violento do processo de colonização, que resultou na supressão e apagamento dos elementos históricos e socioculturais dos povos nativos, revelando a diminuição da diversidade linguística e os danos infligidos às línguas indígenas. A pesquisa almeja compreender a resistência, organização e legado dos povos indígenas no semiárido baiano, considerando a relevância das línguas pertencentes a família kariri, e a imperatividade de salvaguardar a diversidade linguística e cultural que a caracteriza. A metodologia empregada é baseada em pesquisa bibliográfica para investigar o processo histórico e compreender a formação do semiárido baiano por meio dos atravessamentos históricos do período colonial, na intenção de visualizar a configuração em tempo atual. A resistência dos povos indígenas e do tronco macro-jê são reconhecidas como componentes fundamentais na configuração étnica e linguística da Bahia, consequentemente do Brasil. Entretanto, enfatiza-se que ainda há muito a ser desvendado e protegido, incumbindo-nos a tarefa contínua de explorar e respeitar a herança linguística e cultural dos povos indígenas.
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