“Prof., por que a Maria não tem pipi? Ela perdeu o pipi?”: narrativas de crianças, famílias e professoras, referentes à sexualidade infantil
DOI:
https://doi.org/10.5007/1980-4512.2016v18n34p267Resumo
O presente texto objetiva apresentar resultados de uma pesquisa que teve a intenção de contemplar no cotidiano da prática pedagógica um olhar atento sobre a sexualidade infantil, especificamente como as relações corpóreas/afetivas são abordadas no contexto educativo, através de análises das observações realizadas durante o ano de 2015, com um grupo de crianças de 2 a 4 anos de idade, em um Centro de Educação Infantil do município de Imbituba/SC. Buscou-se compreender as pistas que essas crianças pequenas dão em relação aos seus corpos e às interações entre elas, bem como as narrativas das professoras e famílias que convivem com elas, na tentativa de entender as relações entre os pares e os sentidos dos adultos frente às expressões infantis. Para isso, são utilizados registros de diários de campo das situações e narrativas ocorridas no cotidiano das crianças, familiares e profissionais da instituição. Analisando as narrativas dos/as envolvidos/as na pesquisa, pode-se perceber, mesmo implicitamente, que a sexualidade está presente no cotidiano das famílias, profissionais e crianças, pois é frequentemente abordada por eles/as a partir de uma lógica heteronormativa. Assim, neste trabalho, a intenção não foi trazer respostas prescritivas relacionadas à sexualidade infantil, mas sim, refletir sobre as práticas e concepções corpóreas afetivas estabelecidas pelas crianças.
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