É preciso erguer a voz: diálogos sobre movimentos sociais, infâncias e pandemia
DOI:
https://doi.org/10.5007/1980-4512.2020v22nespp1383Resumo
O presente texto apresenta-se como um ensaio e tem como objetivo dialogar sobre o papel dos movimentos sociais de educação infantil na luta pelo direito à vida e à educação, considerando os efeitos da pandemia da Covid-19 e seus entraves para a garantia de direitos fundamentais para bebês e crianças. As discussões propostas partem das análises sobre a consolidação das políticas públicas de educação infantil antes, durante e pós pandemia, o que requer desses movimentos uma autorreflexão a respeito de suas formas de organização, clareza de suas pautas e mobilização coletiva para superar as forças neoliberais e conservadoras que ameaçam a democracia no Brasil. Ao final, propõe-se que os estudos sobre feminismo negro sejam inspirações para esses movimentos, em que a interseccionalidade entre as categorias de raça, classe, gênero e deficiência sejam elementos fundamentais para orientar as defesas dos direitos dos bebês e crianças.
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