Formação humana e o sentido da vida: quais pedagogias?
DOI:
https://doi.org/10.5007/1980-4512.2021.e78992Resumo
A pandemia mundial da COVID-19 que se inicia no Brasil em março de 2020, leva-nos a presenciar a finitude da vida humana de forma drástica. As desigualdades sociais se agravaram e revelam que umas/uns têm mais direito à vida do que outras e outros. Para alguns e algumas, guardar a quarentena com distanciamento social por mais de três meses provocou uma série de novos questionamentos, para além das questões pessoais da própria existência, mas, sobre o nosso futuro como espécie; as causas que nos trouxeram até esse contexto de crises, e a demanda por “Ideias para adiar o fim do mundo” (KRENAK, 2019) se tornaram ainda mais urgentes. É nesse contexto que este ensaio é pensado, dando uma chance para as inquietações que mantém a mente alerta ao mundo. Trata-se da tentativa de estabelecer intercessões entre diferentes visões que pensam a formação humana e como estas operam com o(s) sentido(s) da vida. Para tanto, mobilizo a filosofia Arendtiana a partir das categorias de natalidade e amor mundi. Opero, principalmente, com os conceitos de vida zoe e vida bios pontuados por Giorgio Agamben a partir da perspectiva Foucaltiana de biopolítica e biopoder. Por fim e, para adiar/evitar os fins, me inspiro e tento inspirar, a construção de outras Pedagogias e perspectivas formativas, de adultas/os e crianças, em diálogo com a cosmovisão indígena de Aílton Krenak (2019, 2020) e com o manifesto xamanico cosmopolítico e futurista do Davi Kopenawa (KOPENAWA; ALBERT, 2015).
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