Emergência da docência e formação de professoras na história da educação infantil em Santa Catarina: anos 1900 A 1960

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5007/1518-2924.2021.e83080

Resumo

O presente artigo trata de duas pesquisas vinculadas ao Núcleo de Estudos e Pesquisas da Educação na Pequena Infância (Nupein) da Universidade Federal de Santa Catarina, as quais, em nível de doutorado, se propuseram a investigar a emergência da docência e a formação de professoras em jardins de infância e creches em Santa Catarina, de 1900 a 1960. Em ambas, a investigação documental contou com variado acervo de fontes, como crônicas, jornais, atas, anais, revistas, relatórios, certidões, decretos, termos de inspeção de visitas, fotografias, fontes orais. O trabalho evidenciou que a emergência da docência em creches e jardins de infância e a formação de professoras nestes últimos, assim como a criação de tais instituições, ocorreram sob o protagonismo da educação confessional católica e luterana. A iniciativa das instituições confessionais nesse segmento da educação da pequena infância se sobrepôs ao papel do estado catarinense, que não passou da letra da lei.

Biografia do Autor

Rosa Batista, Fórum Catarinense de Educação Infantil

Possui Doutorado em Educação pela Universidade Federal de Santa Catarina (2013). Mestrado em Educação pela Universidade Federal de Santa Catarina (1998). Graduação em Pedagogia pela UFSC com habilitação em Educação Infantil. Atualmente realiza Pós-Doutorado no Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade do Sul de Santa Catarina PPGE-UNISUL com pesquisa envolvendo "A Constituição histórica da educação infantil em Santa Catarina na primeira metade do Século XX". É Pesquisadora associada ao Núcleo de Educação da pequena Infância UFSC-NUPEIN. Participa como grupo gestor do Fórum da Educação infantil da região da Amurel ? Tubarão. Tem experiência na área de Educação, com ênfase em Educação Infantil, atuando principalmente na Formação de Professores com os seguintes temas: organização do cotidiano da educação infantil, docência na educação infantil, história da docência na educação infantil.

Patricia Regina Silveira de Sá, Prefeitura Municipal de Florianópolis

Doutora do Programa de Pós-Graduação em Educação - Linha Educação e Infância, da Universidade Federal de Santa Catarina. Mestre em Educação pela Universidade do Estado de Santa Catarina - UDESC (2013). Possui graduação em PEDAGOGIA pela Universidade Federal de Santa Catarina -UFSC (1987). Especialista em RECURSOS HUMANOS pela Escola Superior de Administração e Gerência - ESAG (1992) e Especialista em PSICOPEDAGOGIA, pela Universidade do Sul de Santa Catarina - UNISUL (2000). Atua como SUPERVISORA ESCOLAR DE EDUCAÇÃO INFANTIL na Prefeitura Municipal de Florianópolis.

Referências

À MARGEM do ano letivo. Revista Pétalas, Florianópolis, Colégio Coração de Jesus, 1945.

AGOSTINHO, Kátia Adair. A escuta das crianças e a docência na educação infantil. Unisul, Tubarão, v. 12, n. 21, p. 154-166, jan./jun. 2018. Disponível em: http://www.portaldeperiodicos.unisul.br/index.php/Poiesis/index. Acesso em: 10 out. 2021.

ALMEIDA, Jane Soares. Mulheres na educação: missão, vocação e destino? A feminização do magistério ao longo do século XX. In: SAVIANI, D. et al. O legado educacional do século XX no Brasil. Campinas, SP: Autores Associados, 2004.

ARCE, Alessandra. Friedrich Froebel: o pedagogo dos Jardins de Infância. Petrópolis, RJ: Vozes, 2002.

BASTOS, Maria Helena Câmara. Jardim de Crianças: o pioneirismo do Dr. Menezes Vieira (1875-1887). In: MONARCHA, Carlos. (org.). Educação da infância brasileira (1875-1983). São Paulo: Autores Associados, 2001. p. 31-64.

BATISTA, Rosa. A emergência da docência na educação infantil no estado de Santa Catarina: 1908-1949. Tese (Doutorado em Educação) – Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2013.

BATISTA, Rosa; ROCHA, Eloísa Acires Candal. Docência na Educação Infantil: origens de uma constituição profissional feminina. Zero-a-Seis, Florianópolis, v. 20, n. 37, p. 95-11, jan./jun. 2018.

BATISTA, Rosa; SCHMIDT, Leonete L. Constituição de um acervo documental sobre a história da Educação Infantil em Santa Catarina na primeira metade do século XX. Revista Linhas, Florianópolis, v. 19, n. 41, p. 292-324, set./dez. 2018.

BIANCHEZZI, Clarice. Imigrantes de origem alemã e a presença da Igreja Católica em Santa Catarina. In: XIX ENCONTRO REGIONAL DE HISTÓRIA: PODER, VIOLÊNCIA E EXCLUSÃO, 14., 8-12 set. 2008, São Paulo. Anais [...]. São Paulo: ANPUH/SP-USP, 2008. CD-ROM.

BIANCHEZZI, Clarice. Entre documentos e narrativas, marcas de identidade: a organização dos dois primeiros Centros de Desenvolvimento Infantil e as religiosas da Fraternidade Esperança. Dissertação (Mestrado em Educação) – Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2009.

CAMBI, Franco. História da pedagogia. São Paulo: Fundação Editora UNESP, 1999.

CASTRO, Joselma Salazar. A docência na educação infantil como ato pedagógico. Tese (Doutorado em Educação) – Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2016.

CERISARA, Ana Beatriz. A construção da identidade das profissionais de educação infantil: entre o feminino e o profissional. Tese (Doutorado em Educação) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 1996.

CERISARA, Ana Beatriz. Professoras de educação infantil: entre o feminino e o profissional. São Paulo: Cortez, 2002.

CHARTIER, Roger. A história cultural: entre práticas e representações. Lisboa: Difel, 1990.

CHARTIER, Roger. À beira da falésia: a história entre incertezas e inquietude. Porto Alegre, RS: Ed. da UFRGS, 2002.

CIVILETTI, Maria Vitória Pardal. A creche e o nascimento da nova maternidade. Dissertação (Mestrado em Psicologia) – Fundação Getúlio Vargas, Rio de Janeiro, 1988.

COUTINHO, Angela Scalabrin. Os bebês e a brincadeira: questões para pensar a docência. Da Investigação às Práticas, v. 4, n. 1, p. 31-47, 2013.

CRÔNICA DO COLÉGIO SAGRADA FAMÍLIA (BLUMENAU) 1895-1968. Blumenau: Congregação das Irmãs da Divina Providência, 1951.

CRÔNICA DO COLÉGIO STELLA MARIS. Laguna: Congregação das Irmãs da Divina Providência, 1955.

DUARTE, Fabiana. Professoras de bebês: as dimensões educativas que constituem a especificidade da ação docente. Dissertação (Mestrado em Educação) – Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2011.

FERNANDES, Tatiane Márcia. Professoras de educação infantil: dilemas da constituição de uma especificidade profissional: uma análise sobre a produção científica brasileira (1996-2009). Dissertação (Mestrado em Educação) – Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2010.

FERREIRA, Maria Manuela. Salvar corpos, forjar a razão: contributo para uma análise crítica da criança e da infância como construção social em Portugal 1880-1940. Porto: Instituto de Inovação Nacional, 2000.

FIGUEIREDO, Gastão. Creche. 2. ed. Rio de Janeiro: Departamento Nacional da Criança/Ministério da Educação e Saúde; Imprensa Nacional, 1946. (Coleção DNCr, n° 95).

FIORI, Neide Almeida. Aspectos da evolução do ensino público: ensino público e política de assimilação cultural no Estado de Santa Catarina nos períodos imperial e republicano. Florianópolis, SC: Secretaria da Educação, 1975.

FRAGMENTOS de nossa história local: Pensionato Evangélico de Moças. Blumenau em Cadernos, t. XLII, n. 5/6, maio/jun. 2001.

ISOTTON, Andréa Patrícia Probst. A influência do luteranismo e do catolicismo nos primeiros jardins de infância em Rio do Sul. Dissertação (Mestrado em Educação e Cultura) – Centro Universitário para o Desenvolvimento do Alto Vale do Itajaí, Rio do Sul, 2004.

KISHIMOTO, Tizuko Morchida. A pré-escola em São Paulo: das origens a 1940. 344 f. Tese (Doutorado em Educação) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 1986.

KLUG, João. A escola teuto-catarinense e o processo de modernização em Santa Catarina: a ação da Igreja Luterana através das escolas (1871-1938). Tese (Doutorado em História Social) – Universidade São Paulo, São Paulo, 1997.

KRAMER, Sônia. A política do pré-escolar no Brasil: a arte do disfarce. Rio de Janeiro: Achiamé, 1982.

KUHLMANN Jr., Moisés. Infância e educação infantil: uma abordagem histórica. Porto Alegre, RG: Mediação, 1998.

LOURO, Guacira Lopes. Mulheres na sala de aula. In: PRIORI, M. D. (org.). História das mulheres no Brasil. São Paulo: Contexto, 2007.

NOSELLA, Paolo; BUFFA, Ester. Instituições escolares: por que e como pesquisar. Campinas, SP: Alínea, 2009.

PIERI, Marlise Medeiros Nunes. A educação infantil em Tubarão/SC: um estudo histórico da emergência das instituições coordenadas por congregações religiosas (1908-1969). Dissertação (Mestrado em Educação) – Universidade do Sul de Santa Catarina, Tubarão, 2014.

RABELO, Giani. Entre o hábito e o carvão: pedagogia missionária no sul de Santa Catarina na segunda metade do século XX. Tese (Doutorado em Educação) – Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2007.

RIZZINI, Irene; PILOTTI, Francisco (org.). A arte de governar crianças: a história das políticas sociais, da legislação e da assistência à infância no Brasil. 2. ed. Ver. São Paulo: Cortez, 2009.

ROCHA, Eloísa Acires Candal. Infância e pedagogia: dimensões de uma intrincada relação. Perspectiva, Florianópolis, v. 15, n. 28, p. 21-33, jul./dez. 1997.

SÁ, Patrícia Regina Silveira. Representações sobre formação de professoras para jardins de infância em Santa Catarina (1920-1960): estado, congregações femininas católicas e associações femininas luteranas. Tese (Doutorado em Educação) – Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2020.

SAYÃO, Déborah Thomé. Relações de gênero e trabalho docente na Educação Infantil: um estudo de professores em creche. Tese (Doutorado em Educação) – Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2006.

SEYFERTH, Giralda. Condição camponesa, migração e mobilidade social no contexto da colonização estrangeira em Santa Catarina. Cadernos Ceru, v. 23, n. 2, maio 2013.

SOUSA, Jessie Jane Vieira. Círculos Operários: a Igreja Católica e o mundo do trabalho no Brasil. Rio de Janeiro: Ed. da UFRJ, 2002.

SOUZA, Gizele. Instrução, o talher para o banquete da civilização: cultura escolar dos jardins-de-infância e grupos escolares no Paraná, 1900-1929. 2004. Tese (Doutorado em Educação) – Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 2004.

STOETERAU, Edith. Relatório de 1935 da Escola Alemã, de Blumenau. Tradução: Ellen Vollmer. Blumenau, 2005.

STROKA, L. A Escola Alemã de Blumenau – 1935. Blumenau em Cadernos, t. XXXIX, n. 9, set. 1998.

TARDIF, Maurice. Saberes docentes e formação profissional. Petrópolis, RJ: Vozes, 2014.

TARDIF, Maurice; LESSARD, Claude. O trabalho docente: elementos para uma teoria da docência como profissão de interações humanas. 4. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2008.

TARDIF, Maurice; LESSARD, Claude; GAUTHIER, Clermont. Formação dos professores e contextos sociais. Porto: Rés, 2001.

VIEIRA, Lívia Maria Fraga. Creches no Brasil: de mal necessário a lugar de compensar carências rumo à construção de um projeto educativo. Dissertação (Mestrado em Educação) – Faculdade de Educação, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 1986.

VIEIRA, Lívia Maria Fraga; OLIVEIRA, Tiago Grama. As condições do trabalho docente na educação infantil no Brasil: alguns resultados de pesquisa (2002-2012). Revista Educação em Questão, Natal, v. 46, n. 32, p. 131-154, maio/ago. 2013.

VIEIRA, Lívia Maria Fraga; SOUZA, Gizele. Trabalho e emprego na educação infantil no Brasil: segmentações e desigualdades. Educar em Revista, Curitiba, n. especial 1, p. 119-139, 2010.

Publicado

2021-11-09