A “gangorra” das orientações oficiais para a educação infantil no período pandêmico no Brasil
DOI:
https://doi.org/10.5007/1518-2924.2022.e83451Resumo
A condução das Políticas Educacionais no Brasil durante a Pandemia da Covid-19, voltada para a Educação Infantil, é o objeto de estudo desta pesquisa. Diante das tardias orientações do Governo Federal, os entes estaduais e municipais tiveram a incumbência de tomar as medidas necessárias para atendimento das crianças no enfrentamento de desafios inéditos, tendo diferentes estratégias de atuação para manter a instituição ativa junto à comunidade. Buscamos elencar as principais orientações documentais do Conselho Nacional de Educação e do Ministério da Educação e Cultura, com olhar para o direito de brincar da criança. A problematização que buscamos desvelar foi: Quais as possibilidades de as orientações do Governo Federal no período pandêmico assegurar a brincadeira no contexto da Educação Infantil? O objetivo da pesquisa foi verificar o desenrolar dos documentos na organização das práticas pedagógicas na Educação Infantil, estreitando o olhar para a brincadeira. A metodologia foi de caráter qualitativo, por meio de fontes bibliográficas e documentais. Os resultados revelaram retrocesso no movimento da “gangorra”, em especial quanto aos direitos conquistados em relação às brincadeiras. Fato que se justifica pela ausência de orientações e atenção ao tema nos documentos oficiais.
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