Os ontens e os hojes do amor palpável: a “Quinta Elegia Romana” de Goethe
DOI:
https://doi.org/10.5007/2176-8552.2022.e86960Palavras-chave:
Goethe, Elegias Romanas, Dístico Elegíaco, Tradução, PoesiaResumo
No presente artigo, tenho dois propósitos: primeiramente, investigar de que maneira as diversas temporalidades do ‘hoje’ de Goethe (modernidade, Revolução Francesa, viagem italiana, redescoberta do corpo) e as diversas temporalidades de seu ‘ontem’ (Império Romano, poesia latina, estrutura métrica do dístico elegíaco, escultura latina da figura humana) se opõem e/ou convergem no poema “Fünfte römische Elegie” (“Quinta Elegia Romana”) de sua obra Römische Elegien (Elegias Romanas). Fruto de um momento de virada Clássica ou Neoclássica na obra goetheana, a “Fünfte römische Elegie” é construída sobre constantes oposições (noite e dia, amor e trabalho, corpo e mármore, hoje e antiguidade) e parece tomar grande parte de sua força justamente da encruzilhada temporal e estética na qual é escrita, oferecendo, assim, um privilegiado espaço para a observação de como essas diversas tensões e oposições se concretizaram em matéria literária. O segundo propósito é apresentar brevemente, ao final do artigo, uma tradução da elegia ao português a partir dos princípios da tradução paramórfica tal qual formuladas por Haroldo de Campos – até onde me foi possível averiguar, a primeira tradução da elegia ao português em dísticos elegíacos.
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