A Semana de 22 e as escritoras modernistas: o erótico em "Mulher Nua", de Gilka Machado
DOI:
https://doi.org/10.5007/2176-8552.2023.e94747Palavras-chave:
Semana de Arte Moderna, Autoria feminina, Direito e LiteraturaResumo
Temos que não há pesquisas em Direito e Literatura que tratam da participação das autoras mulheres na Semana de Arte Moderna de 1922. No centenário da Semana, no XI CIDIL - Colóquio Internacional de Direito e Literatura, pesquisadoras da área questionaram essa ausência produzida. Nesse sentido, considerando que a historiografia literária é permeada por lacunas, buscamos, neste texto, pensarmos a autoria feminina na Semana de 1922 e seus desdobramentos, de modo a fazer justiça à voz de Gilka Machado. Para tanto, no âmbito dos estudos em Direito e Literatura, sob a perspectiva teórico-metodológica das legências em desconstrução, buscamos analisar o poema “Commigo mesma”, publicado em “Mulher nua” (1922), a partir da perspectiva do erótico.
Referências
A Semana Que Não Terminou. Valor Econômico. Disponível em: https://valor.globo.com/eu-e/noticia/2012/02/10/1922-a-semana-que-nao-terminou.ghtml. Acesso em: 02 mar. 2023.
ANDRADE, Carlos Drummond. “Gilka, a antecessora”. Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, 18 dez. 1980. Caderno B, ano 90, n. 254, p.7. Disponível em: http://memoria.bn.br/docreader/DocReader.aspx?bib=030015_10&pagfis=23467. Acesso em: 29 maio 2023.
ANDRADE, Gênese. “Apresentação”. In: ANDRADE, Gênese (org.). Modernismos: 1922-2022. São Paulo: Companhia das Letras, 2022. p. 7-12.
ANDRADE, Gênese. “Memórias do Modernismo”. In: ANDRADE, Gênese (org.). Modernismos: 1922-2022. São Paulo: Companhia das Letras, 2022. p. 596-642.
ANDRADE, Mário de. “O movimento modernista”. In: ANDRADE, Mário de. Aspectos da literatura brasileira. 5. ed. São Paulo: Martins, 1974. p. 231-262.
ARAÚJO, Luísa Consentino de. “Nas ‘águas-lembranças’ de Conceição Evaristo: ressonâncias, atravessamentos e formação discursiva afro-brasileira”. In: PIMENTA, Luciana; BENTES, Hilda (org.). LEGENTES: desconstrução e caminhos outros para ler em Direito e Literatura. São Paulo: Dialética, 2022. p. 279-297.
BANDEIRA, Manuel. Apresentação da poesia brasileira. 3a. ed. Rio de Janeiro: Casa do Estudante do Brasil, 1957.
BARROS, Regina Teixeira de. “As mulheres na Semana de 22 e depois”. In: ANDRADE, Gênese (org.). Modernismos: 1922-2022. São Paulo: Companhia das Letras, 2022. p. 231-242.
BATAILLE, Georges. O erotismo. Tradução de Antonio Carlos Viana. Porto Alegre: L&PM Editores, 1987.
BÍBLIA ONLINE. Disponível em: https://www.bibliaonline.com.br/. Acesso em: 25 maio 2023.
BOSI, Alfredo. História Concisa da Literatura Brasileira. 41. ed. São Paulo: Cultrix, 1994.
BRANCO, Lúcia Castello. “As incuráveis feridas da natureza feminina”. In: BRANCO, Lucia Castello; BRANDÃO, Ruth Silviano. A mulher escrita. 2 ed. rev. e ampl. Rio de Janeiro: Lamparina, 2004. p. 97-120.
BRANCO, Lúcia Castello. O que é erotismo. São Paulo: Brasiliense, 1987.
CARDOSO, Rafael. “A reinvenção da Semana e o mito da descoberta do Brasil.” Estudos Avançados, v. 36, n. 104, p. 17–34, jan. 2022.
CARDOSO, Rafael. “A Semana de Arte Moderna chega à capital do Brasil: Disputas em torno da recepção do modernismo, 1921–1925”. Língua-lugar: Literatura, História, Estudos Culturais, v. 1, n. 5, p. 20-34, 2022.
CHRYSANTHEME. “Como receberam a vitória de Gilka Machado”. O Malho. Ano XXXII, n. 1580. Rio de Janeiro, 1 de abril de 1933, p. 6.
DERRIDA, Jacques. Espectros de Marx: o estado da dívida, o trabalho do luto e a nova Internacional. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 1994.
DERRIDA, Jacques. Posições. Tradução de Tomaz Tadeu da Silva. Belo Horizonte: Autêntica, 2001.
DERRIDA, Jacques; ROUDINESCO, Elisabeth. “Escolher sua herança”. In: DERRIDA, Jacques; ROUDINESCO, Elisabeth. De que amanhã... Diálogos. Tradução André Telles. Rio de Janeiro: Zahar, 2004. p. 9-31.
DERRIDA, Jacques. Demorar: Maurice Blanchot. Tradução Flávia Trocoli e Carla Rodrigues. Florianópolis: Editora UFSC, 2015.
DERRIDA, Jacques. Gramatologia. Tradutores Miriam Chnaiderman e Renato Janine Ribeiro. 2. ed. São Paulo: Perspectiva, 2017.
DUARTE, Constância Lima. “Mulher e escritura: produção letrada e emancipação feminina no Brasil.” Pontos de Interrogação, [s.l], v. 1 n. 1, p. 76–86, 2011.
DUARTE, Constância Lima. “A literatura de autoria feminina e os anos 30 no Brasil.” Revista Araticum, [s.l.], v.14, n.2, p. 9-24, 2016.
DUARTE, Constância Lima. “Imprensa feminina e feminista no Brasil: nos primórdios da emancipação”. Revista XIX, [S. l.], v. 1, n. 4, p. 95–105, 2017.
ELEUTÉRIO, Maria de Lourdes. “Elas eram muito modernas.” In: ANDRADE, Gênese. Modernismos: 1922-2022. São Paulo: Companhia das Letras, 2022. p. 244-269.
GILKA Machado. Revista Trip. Disponível em: https://revistatrip.uol.com.br/tpm/webstories/quem-foi-gilka-machado. Acesso em: 02 mar. 2023.
GOTLIB, Nádia Battella. Com Gilka Machado, Eros pede a palavra. Labrys, études féministes/ estudos feministas, janeiro/ junho 2016. Disponível em: https://www.labrys.net.br/labrys29/arte/nadia.htm. Acesso em: 29 maio 2023.
GOTLIB, Nádia Battella. “Revisitando Gilka Machado: poesia e crítica”. Estudos Linguísticos e Literários, Salvador, n. 59, p. 361–380, 2018.
HESÍODO. Teogonia. A origem dos deuses. Estudo e tradução Jaa Torrano. 3a. edição. São Paulo: Iluminuras, 1995.
JACKSON, Kenneth David. “As molduras do Modernismo.” In: ANDRADE, Gênese (org.). Modernismos: 1922-2022. São Paulo: Companhia das Letras, 2022. p. 127-151.
LORDE, Audre. “Usos do erótico: o erótico como poder”. In: LORDE, Audre. Irmã outsider. Ensaios e conferências. Tradução Stephanie Borges. Belo Horizonte: Autêntico, 2019. s./p.
MACHADO, Gilka. A revelação dos perfumes. Rio de Janeiro; São Paulo: Tipografia da Revista dos Tribunais, 1916. Disponível em: https://www.literaturabrasileira.ufsc.br/documentos/?id=130335. Acesso: 10 maio 2023.
MACHADO, Gilka. Mulher nua. Rio de Janeiro: Jacinto Ribeiro dos Santos Editor, 1922. Disponível em: https://www.literaturabrasileira.ufsc.br/documentos/?id=130333. Acesso: 03 out. 2022.
NAPOLITANO, Marcos. “O longo modernismo: reflexões sobre a agenda político-cultural do século XX brasileiro”. Revista Vórtex, [S. l.], v. 10, n. 3, p. 1–23, 2022.
O IMPARCIAL. Ano X, nº 1252, Rio de Janeiro, 28 de março de 1922. Disponível em: http://memoria.bn.br/docreader/DocReader.aspx?bib=107670_02&pagfis=9869. Acesso em: 29 maio 2023.
PAULA, Janaina Rocha de. “Tradução legente e experiência literária em Maria Gabriela Llansol.” Cadernos de Tradução, v. 41, p. 247-270, 2021.
PEREIRA, Maria do Rosário A. “Gilka Machado (1893-1980)”. In: DUARTE, Constância Lima (org.). Memorial do Memoricídio. Escritoras brasileiras esquecidas pela história. v. 1. Minas Gerais: Editora Luas, 2022. p. 157-162.
PIMENTA, Luciana; ARAÚJO, Luísa Consentino de Araújo. “‘Corpo-escrita’ na poética escrevivente de Conceição Evaristo: A literatura como espaço para vozes por vir.” In: X CIDIL, 10, 2021, On-line. Anais do X CIDIL - As fronteiras em Direito e Literatura: Narrativas Insurgentes e Inquietações Contemporâneas. Santa Maria: RDL, 2022. p. 534-549.
PIMENTA, Luciana; BENTES, Hilda (org.). LEGENTES: desconstrução e caminhos outros para ler em Direito e Literatura. São Paulo: Dialética, 2022.
PIMENTA, Luciana. “Direito e Literatura como movimento de re-leitura e re-escritura do Direito: o método pr’além do método - articulações pluriversais de caminhos por vir, talvez o direito à alegria”. In: FALEIROS, Taísa Haber; LIMA, Lucas Ferreira Mazete (org.). Mimesis: O direito através da literatura. São Paulo: Dialética, 2022. s./p.
PIMENTA, Luciana. MESA REDONDA: “MULHERES NA SEMANA DE ARTE MODERNA". UNIMONTES Campus Espinosa [YouTube]. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=rbvgeaBk1Ag. Acesso em: 03 out. 2022b.
PIOVESAN, Cleusa. “Erotismo e sexualidade como condição emancipatória na poesia de Gilka Machado.” Linguagem: Estudos e Pesquisas, Goiânia, v. 24, n. 2, p. 29–50, 2021.
PLATÃO. O Banquete. Tradução, introdução e notas de José Cavalcante de Souza. São Paulo: Bertrand Brasil, 1991.
SCHMIDT, Rita Terezinha. “Centro e margens: notas sobre a historiografia literária”. Estudos de Literatura Brasileira Contemporânea, Brasília, n. 32, p. 127-141, jul./dez. 2008.
SCHWARCZ, Lilia Moritz; MONTEIRO, Pedro Meira. “A São Paulo da Semana: barulho dentro e fora do Theatro”. Cienc. Cult. [online], v. 74, n.2, p.1-14, 2022.
SEMANA de Arte Moderna: onde ver, ler e ouvir obras de 1922. BBC News Brasil. Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/geral-60297083. Acesso em: 02 mar. 2023.
SPIVAK, Gayatri Chakravorty. Pode o subalterno falar? Tradução Sandra Regina Goulart de Almeida, Marcos Pereira Feitosa, André Pereira Feitosa. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2010.
SPIVAK, Gayatri Chakravorty. “Quem reivindica a alteridade?” In: HOLLANDA, Heloísa Buarque de (org.). Pensamento feminista: Conceitos fundamentais. Rio de Janeiro: Bazar do Tempo, 2019. s./p.
TEODORO SOBRINHO, Simone. Um corpo estranho na literatura brasileira: a modernidade da lírica de Gilka Machado. 2022. 212 f. Tese (Doutorado) - Curso de Letras: Estudos Literários, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2022.
TRINDADE, André Karam; BERNSTS, Luísa Giuliani. “O estudo do Direito e Literatura no Brasil: surgimento, evolução e expansão.” ANAMORPHOSIS – Revista Internacional de Direito e Literatura, Porto Alegre, v. 3, n. 1, p. 225-257, jun./jul. 2018.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Os artigos e demais trabalhos publicados na outra travessia passam a ser propriedade da revista. Uma nova publicação do mesmo texto, de iniciativa de seu autor ou de terceiros, fica sujeita à expressa menção da precedência de sua publicação neste periódico, citando-se a edição e data dessa publicação.
Esta obra foi licenciada com uma Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial 4.0 Internacional.