Mapeamento de negócios sociais e organizações congêneres no Brasil
DOI:
https://doi.org/10.5007/2175-8077.2018V20n52p123Resumo
Este estudo teve como objetivo desenvolver um mapeamento de negócios sociais no Brasil para criação de um banco de dados e, em seguida, analisar as empresas encontradas. Trata-se de uma pesquisa exploratória, na qual identificou-se os atores deste campo que contribuem para a melhoria social. Após um levantamento sistemático chegou-se a 200 negócios sociais espalhados pelo Brasil e 23 aceleradoras/investidoras. Os resultados indicam que essas empresas encontram-se num estágio inicial de negócios e que 92% não possui restrição na distribuição de lucros. Em relação aos modelos de empresas encontrou-se: 6 Empresas Cooperativas (3%); 13 Empresas Base da Pirâmide (6,5%); 17 Negócios Inclusivos (8,5%); 3 Empresas do Modelo B Corp (1,5%) e 161 Negócios Sociais (80,5%). A literatura acadêmica indica a necessidade de pesquisas com mais casos e exemplos concretos de negócios sociais. Portanto, ter uma base de dados empírica auxilia o desenvolvimento de novos artigos e teses sobre a temática.
Referências
BARDIN, L. Análise de conteúdo. Lisboa: Edições 70, 2009.
BARKI, E. Negócios na base da pirâmide. Revista de Administração de Empresas, v. 50, n. 4, p. 448-449, 2010.
BARKI, E. Negócios de impacto: tendência ou modismo? GV executivo, v. 14, n. 1, p. 14-17, 2015.
BASTOS, M. F.; VASCONCELLOS, G. M.; TEODÓSIO, A. S. S. Redes, empreendedorismo social e negócios inclusivos: em busca de um modelo compreensivo sobre inovação no combate à pobreza na América Latina. In: INTERNATIONAL SOCIETY FOR THIRD SECTOR RESEARCH CONFERENCE, 9, 2013, Santiago de Chile. Proceedings... Baltimore: ISTR, 2013, p. 1-22.
BATTILANA, J. et al. Harnessing productive tensions in hybrid organizations: The case of work integration social enterprises. Academy of Management Journal, v. 58, n. 6, p. 1658-1685, 2015.
BORZAGA, C.; DEPEDRI, S.; GALERA, G. Interpreting social enterprises. Revista de Administração, v. 47, n. 3, p. 398-409, 2012.
BOCKEN, N. M. P; FIL, A.; PRABHU, J. Scaling up social businesses in developing markets. Journal of Cleaner Production, v. 139, p. 295-308, 2016.
BUGG-LEVINE, A.; KOGUT, B.; KULATILAKA, N. A new approach to funding social enterprises. Harvard Business Review, v. 90, n. 1/2, p. 118-123, 2012.
COMINI, G.; BARKI, E.; AGUIAR, L. T. A three-pronged approach to social business: A Brazilian multi-case analysis. Revista de Administração, v. 47, n. 3, p. 385-397, 2012.
DACIN, M. T.; DACIN, P. A.; TRACEY, P. Social entrepreneurship: A critique and future directions. Organization Science, v. 22, n. 5, p. 1203-1213, 2011.
DOBSON, K. et al. Successfully creating and scaling a sustainable social enterprise model under uncertainty: The case of ViaVia Travellers Cafes. Journal of Cleaner Production, v. 172, p. 4555-4564, 2018.
DOHERTY, B; HAUGH, H.; LYON, F. Social enterprises as hybrid organizations: A review and research agenda. International Journal of Management Reviews, v. 16, n. 4, p. 417-436, 2014.
FREITAS, H. et al. O método de pesquisa survey. Revista de Administração, v. 35, n. 3, p. 105-112, 2000.
FUNDAÇÃO SEADE. Perfil dos Municípios Paulistas. 2015. Disponível em: <http://www.perfil.seade.gov.br/. Acesso em 15/10/2016.
GODÓI-DE-SOUSA, E.; FISCHER, R. M. The succession process at social enterprises in Brazil. Revista de Administração, v. 47, n. 3, p. 473-488, 2012.
GOLJA, T.; POŽEGA, S. Inclusive business-what it is all about? Managing inclusive companies. International Review of Management and Marketing, v. 2, n. 1, p. 22-42, 2012.
GRASSL, W. Business models of social enterprise: A design approach to hybridity. ACRN Journal of Social Entrepreneurship Perspectives, v. 1, n. 1, p. 37-60, 2012.
GUTIÉRREZ, R.; REFICCO, E.; TRUJILLO, D. Empresas sociales: ¿una especie en busca de reconocimiento? Revista de Administração, v. 41, n. 4, p. 404-418, 2006.
HONEYMAN, R. The B Corp Handbook: How to use business as a force for good. Oakland, CA: Berrett-Koehler Publishers, 2014.
IIZUKA, E. S. et al. Empreendedorismo social e negócios sociais: Revisão crítica e agenda de pesquisa. In: SEMINÁRIOS EM ADMINISTRAÇÃO DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO (SEMEAD), 17, 2014. São Paulo. Anais… São Paulo: FEA-USP, 2014.
JÄGER, U. P.; SCHRÖER, A. Integrated organizational identity: A definition of hybrid organizations and a research agenda. VOLUNTAS: International Journal of Voluntary and Nonprofit Organizations, v. 25, n. 5, p. 1281-1306, 2014.
JAHCHAN, A. L.; COMINI, G. M.; D'AMARIO, E. Q. Negócios sociais: a percepção, a consciência e o grau de interesse pelo tema para os alunos de graduação em Administração. Administração: Ensino e Pesquisa, v. 17, n. 3, p. 537-566, 2016.
KERLIN, J. A. Defining social enterprise across different contexts: A conceptual framework based on institutional factors. In: GIDRON, B.; HASENFELD, Y. (Eds.) Social enterprises – An Organizational Perspective. London: Palgrave Macmillan, 2012. p. 91-117.
KICKUL, Jill et al. Social business education: An interview with Nobel laureate Muhammad Yunus. Academy of Management Learning & Education, v. 11, n. 3, p. 453-462, 2012.
LOARNE-LEMAIRE, S. L.; MAALAOUI, A.; DANA, L. P. Social entrepreneurship, age and gender: toward a model of social involvement in entrepreneurship. International Journal of Entrepreneurship and Small Business, v. 31, n. 3, p. 363-381, 2017.
MATHIAS, S. L.; SAKAI, C. Utilização da ferramenta Google Forms no processo de avaliação institucional: Estudo de caso nas Faculdades Magsul, 2013. Disponível em: <http://download.inep.gov.br/educacao_superior/avaliacao_institucional/seminarios_regionais/trabalhos_regiao/2013/centro_oeste/eixo_1/google_forms_processo_avaliacao_instit_estudo_caso_faculdades_mag.pdf.
MÁRQUEZ, P.; REFICCO, E.; BERGER, G. Negocios inclusivos en América Latina. Harvard Business Review (edição em espanhol), p. 28-38, maio 2009. Disponível em: <https://www.researchgate.net/profile/Ezequiel_Reficco/publication/228274326_Inclusive_Businesses_in_Latin_America_Spanish_Version/links/54298b240cf27e39fa8e61b7.pdf
MOZZATO, A. R.; GRZYBOVSKI, D. Análise de conteúdo como técnica de análise de dados qualitativos no campo da administração: potencial e desafios. Revista de Administração Contemporânea, v. 15, n. 4, p. 731-747, 2011.
PLANO CDE. Mapeamento do campo de Negócios Sociais/Negócios Inclusivos. 2011. Disponível em: <https://assets.aspeninstitute.org/content/uploads/files/content/docs/ande/Mapeamento%20Neg%C3%B3cios%20Sociais_Inclusivos%20-%20Relat%C3%B3rio%20final%20categoria%20desenvolvedores%20e%20investidores%5B1%5D.pdf>. Acesso em: 10 set. 2016.
PLESS, N. M. Social entrepreneurship in theory and practice—An introduction. Journal of Business Ethics, v. 111, n. 3, p. 317-320, 2012.
PRAHALAD, C. K. A riqueza na base da pirâmide. Porto Alegre: Bookman, 2005.
POLAK, P.; WARWICK, M.; The business solution to poverty: designing products and services for three billion new customers. Oakland, CA: Berrett-Koehler Publishers, 2013.
ROMANI-DIAS, M. et al. Agenda de pesquisa em empreendedorismo social e negócios sociais. Revista de Administração, Contabilidade e Economia da Fundace, v. 8, n. 3, 2017.
SANTOS, T. S. et al. O artesanato como elemento impulsionador no desenvolvimento local. In: SIMPÓSIO DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO E TECNOLOGIA (SEGeT), 7, 2010. Resende. Anais... Resende: AEDB, 2010.
SERVIÇO BRASILEIRO DE APOIO ÀS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS. O que são negócios sociais. 2012. Disponível em: <http://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/o-que-sao-negocios-sociais>. Acesso em 15/10/2016.
SEVERINO, A. J. Metodologia do trabalho científico. 23. ed. São Paulo: Cortez, 2014.
SMITH, W. K.; GONIN, M.; BESHAROV, M. L. Managing social-business tensions: A review and research agenda for social enterprise. Business Ethics Quarterly, v. 23, n. 3, p. 407-442, 2013.
TEODÓSIO, A. S. S.; COMINI, G. Inclusive business and poverty: prospects in Brazilian context. Revista de Administração, v. 47, n. 3, p. 410-421, 2012.
THOMPSON, J.; DOHERTY, B. The diverse world of social enterprise: A collection of social enterprise stories. International Journal of Social Economics, v. 33, n. 5/6, p. 361-375, 2006.
TISCOSKI, G. P.; ROSOLEN, T.; COMINI, G. M. Empreendedorismo social e negócios sociais: Um estudo bibliométrico da produção nacional e internacional. In: ENCONTRO DA ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA EM ADMINISTRAÇÃO, 37, 2013. Rio de Janeiro. Anais... Rio de Janeiro: ANPAD, 2013.
WRY, T.; YORK, J. G. An identity-based approach to social enterprise. Academy of Management Review, v. 42, n. 3, p. 437-460, 2017.
YUNUS, M. Credit for the poor: Poverty as distant history. Harvard International Review, v. 29, n. 3, p. 20-25, 2007.
YUNUS, M. Economic security for a world in crisis. World Policy Journal, v. 26, n. 2, p. 5-12, 2009.
YUNUS, M.; MOINGEON, B.; LEHMANN, L. Building social business models: Lessons from the Grameen experience. 2012. Disponível em: <https://hal-hec.archives-ouvertes.fr/hal-00528385>. Acesso em: 16 set. 2014.
YUNUS, M. Negócios Sociais – Diferentes modelos de negócios. 2012. Disponível em: <http://www.yunusnegociossociais.com>. Acesso em: 16 out. 2016.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
O autor deve garantir:
- que haja um consenso completo de todos os coautores em aprovar a versão final do documento e sua submissão para publicação.
- que seu trabalho é original, e se o trabalho e/ou palavras de outras pessoas foram utilizados, estas foram devidamente reconhecidas.
Plágio em todas as suas formas constituem um comportamento antiético de publicação e é inaceitável. RCA reserva-se o direito de usar software ou quaisquer outros métodos de detecção de plágio.
Todas as submissões recebidas para avaliação na revista RCA passam por identificação de plágio e autoplágio. Plágios identificados em manuscritos durante o processo de avaliação acarretarão no arquivamento da submissão. No caso de identificação de plágio em um manuscrito publicado na revista, o Editor Chefe conduzirá uma investigação preliminar e, caso necessário, fará a retratação.
Os autores cedem à RCA os direitos exclusivos de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons (CC BY) 4.0 Internacional.
Os autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não exclusiva da versão do trabalho publicada neste periódico (ex.: publicar em repositório institucional, em site pessoal, publicar uma tradução, ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial neste periódico.
Esta licença permite que qualquer usuário tenha direito de:
Compartilhar – copiar, baixar, imprimir ou redistribuir o material em qualquer suporte ou formato.
Adaptar – remixar, transformar e criar a partir do material para qualquer fim, mesmo que comercial.
De acordo com os seguintes termos:
Atribuição – Você deve dar o crédito apropriado (citar e referenciar), prover um link para a licença e indicar se mudanças foram feitas. Você deve fazê-lo em qualquer circunstância razoável, mas de maneira alguma que sugira ao licenciante apoiar você ou o seu uso.
Sem restrições adicionais – Você não pode aplicar termos jurídicos ou medidas de caráter tecnológico que restrinjam legalmente outros de fazerem algo que a licença permita.