Praticar ciência: estudantes ensinam como aprender teoria da evolução e lidar com as crenças religiosas

Autores

  • Alessandra Guida dos Santos Universidade Federal do Rio de Janeiro
  • Eliane Brígida Morais Falcão Universidade Federal do Rio de Janeiro
  • Rui Cerqueira Universidade Federal do Rio de Janeiro

DOI:

https://doi.org/10.5007/1982-5153.2016v9n1p103

Resumo

Estudos apontam a desarticulação dos temas origem da vida e teorias da evolução como possível alternativa para minimizar conflitos entre estudantes e suas crenças religiosas. Este artigo relata pesquisa comparativa entre cinco escolas do ensino médio. Resultados indicam que a alternativa de separar o ensino da origem da vida para que o ensino das teorias da evolução seja favorecido, visto que crenças religiosas estariam mais associadas ao primeiro, não se justifica, pois como os discursos dos estudantes revelaram, ao falar dos processos evolutivos, estes se referem ao primeiro ser vivo tanto quanto se referem aos processos evolutivos quando se referem à origem da vida. A expressão das crenças religiosas também não parece possível de ser contida pela desarticulação no ensino dos temas. As conclusões sugerem que pensar e praticar ciência é o caminho educacionalmente apropriado para o ensino e aprendizagem da origem da vida e teorias da evolução.

Biografia do Autor

Alessandra Guida dos Santos, Universidade Federal do Rio de Janeiro

Licenciada em Ciências Físicas e Biológicas e mestra em Tecnologia Educacional para a Saúde (UFRJ). Atualmente, é doutoranda em Educação em Ciências e Saúde (NUTES/UFRJ), professora da rede municipal de educação do Rio de Janeiro e diretora adjunta na rede estadual de educação do Rio de Janeiro. Participa do projeto desenvolvido no Laboratório de Estudos da Ciência-NUTES/UFRJ: “Origem da Vida e Evolução Biológica: controvérsias teóricas, diversidades culturais e repercussões no ensino”e do grupo de pesquisa: Estudos de Educação e Ensino: teoria da evolução, religião e morte.

Eliane Brígida Morais Falcão, Universidade Federal do Rio de Janeiro

É Professora Associada IV da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e pesquisadora do CNPq. Coordenadora do Laboratório de Estudos da Ciência - NUTES/UFRJ. Integra o OLÉ (Observatório da Laicidade na Educação-www.edulaica.net.br). Fez doutorado na COPPE / UFRJ e pós-doutorado na Universidade de Cambridge (Reino Unido). Integra o Programa de Pós-graduação em “Educação em Ciências e Saúde” do NUTES/UFRJ. Atua nos temas: 1. Ciência e religião com ênfase na análise da presença das crenças religiosas entre cientistas e estudantes em formação científica. 2. O ensino da origem da vida e evolução das espécies e a convivência nas salas de aula de explicações científicas e religiosas. 3. "Ensino da morte” na formação universitária (especialmente nos cursos da área da saúde) e no ensino médio.

Rui Cerqueira, Universidade Federal do Rio de Janeiro

É professor Titular do Departamento de Ecologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e pesquisador do CNPq. É chefe do Laboratório de Vertebrados do Departamento de Ecologia. Fez doutorado em Zoologia e Anatomia de Vertebrados no University College London.Trabalha com Biologia de Populações, Biogeografia, Conservação Biológica, Evolução (especiação e adaptações) de Vertebrados, especialmente mamíferos. 

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Publicado

2016-05-25

Edição

Seção

Artigos