Dos direitos sociais ao prazer: itinerários discursivos em Biblioteconomia & Ciência Informação

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5007/1518-2924.2017v23n52p1

Palavras-chave:

Lazer, Ação Cultural, Animação Cultural, Direitos Sociais, Prazer

Resumo

A partir de uma abordagem bibliográfica, intenciona-se realizar uma reflexão sobre os modos como se constitui, conceitualmente, uma margem para a filosofia da cultura no escopo da perspectiva biblioteconômico-informacional. A procura terminológica se concentra no diálogo com os construtos discursivos “ação cultural”, “animação cultural” e “lazer”, como partícipes de uma elaboração do discurso ligado à fruição e ao deleite estético, para aquém e além da linhagem “informacional” centrada em ênfases de gestão e processamento que perpassa, na epistemologia da Biblioteconomia & Ciência da Informação, os tradicionais enfoques mecanicistas e cognitivistas. O modo como se estabelecem, discursivamente, os indícios de uma filosofia da cultura no campo biblioteconômico-informacional se apresenta como o horizonte amplo da presente reflexão. A questão pontual lançada para o trabalho indica a dificuldade, ainda hoje, de estabelecimento de um discurso sobre as práticas culturais e uma cultura discursiva crítica sobre as práticas informacionais que permitam compreender os espectros do prazer como possibilidade e atividade corrente no campo (principalmente, no que tange à relação entre informação e cultura). Reconhecemos, todavia, que a frente indiciária aqui delimitada não aponta como limítrofes a extensão desta filosofia tal tríade nocional; ao contrário, a partir das noções de “ação cultural”, “animação cultural” e “lazer” percebemos que giramos em torno de apenas um polo, posicionado em meio a uma miríade de caminhos para a compreensão do “cultural” em Biblioteconomia & Ciência da Informação que desemboca do “social” como “direito”. Concluímos que os indícios conceituais nos levam objetivamente a uma relação entre conhecimento, cultura e política. Partindo dos resultados que as frentes indiciárias nos trouxeram podemos perceber as margens relacionais que tocam a paisagem crítica que vai da cultura como “prazer” chegando ao “lazer” como direito social da sociedade brasileira.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Rachel de Melo Vellozo Pereira, UNIRIO

Bacharel em Biblioteconomia pela UNIRIO e Pós-graduanda do MBA Internacional em Marketing Digital Estratégico da UVA

Gustavo Silva Saldanha, IBICT - UNIRIO

Doutor em Ciência da Informação. Pesquisador Adjunto do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (IBICT), Professor Adjunto da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO). Atua como docente nos programas de pós-graduação em Ciência da Informação do IBICT e em Biblioteconomia da UNIRIO.

Referências

ALMEIDA JÚNIOR. Grupo de trabalho 3: Mediação, circulação e uso da informação. Mediação da informação e múltiplas linguagens. Pesq. bras. Ci. Inf., Brasília, v.2, n.1, p.89-103, jan./dez. 2009.

ANDRETTI, Cristiani Regina; CALEGARO, Édina Maria; MACHADO, Marli. Da lagarta para borboleta: ação cultural como estratégia de marketing no sistema integrado de bibliotecas da UNIVALI - SIBIUN. Revista ACB: Biblioteconomia em Santa Catarina, Florianópolis, v.13, n.1, p.189-200, jan./jun., 2008. Disponível em: <http://revista.acbsc.org.br/racb/article/view/542/668>. Acesso em: 29 abr. 2014.

BRASIL. Presidência da República. Casa civil. Subchefia para assuntos jurídicos. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Lex: Legislação federal. Brasília, DF, 1988. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm>. Acesso em: 29 abr. 2014.

______. Presidência da República. Casa civil. Subchefia para assuntos jurídicos. Emenda constitucional nº 64, de 4 de fevereiro de 2010. Lex: Legislação federal. Brasília, DF, fev. 2010. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc64.htm#art1>. Acesso em: 29 abr. 2014.

CABRAL, Ana Maria Rezende. Ação Cultural Bibliotecária: Aspectos revelados pela prática. Belo Horizonte: UFMG, 1989. Disponível em: <http://www.bibliotecadigital.ufmg.br/dspace/handle/1843/BUOS-933EC5>. Acesso em: 29 abr. 2014.

CAPES. Cursos recomendados/reconhecidos. Disponível em: <http://www.capes.gov.br/cursos-recomendados>. Acesso em: 20 nov. 2013.

CAMARGO, Luiz Octávio de Lima. O que é Lazer. São Paulo: Brasiliense, 1986.

COELHO, Teixeira. Dicionário crítico de política cultural: cultura e imaginário. São Paulo: Iluminuras, 1997. Disponível em: <http://portalpbh.pbh.gov.br/pbh/ecp/files.do?evento=download&urlArqPlc=3confcult-DicionarioCriticodePoliticaCultural.pdf>. Acesso em: 29 abr. 2014.

______. O que é ação cultural. São Paulo: Brasiliense, 1989.

CUNHA, Murilo Bastos da; CAVALCANTI; Cordélia Robalinho de Oliveira. Dicionário de biblioteconomia e arquivologia. Brasília: Briquet de Lemos, 2008.

FARIA, Maria Isabel; PERICÃO, Maria da Graça. Dicionário do livro: da escrita ao livro eletrônico. São Paulo: EDUSP, 2008.

FAVERO, O. (org.). Cultura popular e educação popular. Rio de Janeiro, Graal, 1983.

FLUSSER, Victor. A biblioteca como instrumento de ação cultural. Revista da Escola de Biblioteconomia da UFMG, Belo Horizonte, v. 12, n.2, p. 145-169, 1983. Disponível em: <http://www.brapci.ufpr.br/documento.php?dd0=0000001973&dd1=3c2a1>. Acesso em: 29 abr. 2014.

GINZBURG, Carlo. Sinais: raízes de um paradigma indiciário. In.: ______. Mitos, emblemas e sinais: morfologia e história. São Paulo: Companhia das Letras, 1989. p. 143-180.

GONÇALVES, Maria da Graça Simão. A Biblioteca Pública do Paraná como instrumento de ação cultural: atividades e mediação da informação. Londrina: UEL, 2011. Disponível em: <http://www.bibliotecadigital.uel.br/document/?code=vtls000173811>. Acesso em: 29 abr. 2014.

MICHAELIS. Michaelis: moderno dicionário da língua portuguesa. São Paulo: Companhia Melhoramentos, 1998.

MILANESI, Luiz. Biblioteca. Cotia: Ateliê Editorial, 2002.

______. Ordenar para desordenar: centros de cultura e bibliotecas públicas. 2. ed. São Paulo: Brasiliense, 1986.

MARTINS, Ana Amélia Lage; REIS, Alcenir Soares dos UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS. Mediação : reflexões no campo da Ciência da Informação. 2010. 253 f., enc. : Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Minas Gerais, Escola de Ciência da Informação.

PESSOA, Eudes Andre. A Constituição Federal e os Direitos Sociais Básicos ao Cidadão Brasileiro. Revista Âmbito Jurídico, Rio Grande, XIV, n. 89, jun 2011. Disponível em: <http://www.ambito-juridico.com.br/site/?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=9623&revista_caderno=9>. Acesso em: 29 abr. 2014.

SANCHES, Gisele A. Ribeiro; RIO, Sinomar Ferreira do. Mediação da informação no fazer bibliotecário e seu processo em bibliotecas universitárias no âmbito das ações culturais. InCID: Revista de Ciência da Informação e Documentação, Ribeirão Preto, v. 1, n. 2, p. 103-121, jul./dez. 2010. Disponível em: <http://www.revistas.usp.br/incid/article/view/42323/45994>. Acesso em: 29 abr. 2014.

SILVA, T. E. da. Ação cultural e biblioteca pública: algumas questões. In: Congresso brasileiro de Biblioteconomia e Documentação, 16, 1991, Salvador. Anais... Salvador: Associação Profissional dos Bibliotecários do Estado da Bahia, 1991. Disponível em: <http://eprints.rclis.org/14827/1/AcaoCultural_e_BibliotecaPub.pdf>. Acesso em: 29 abr. 2014.

Publicado

2018-05-15

Como Citar

PEREIRA, Rachel de Melo Vellozo; SALDANHA, Gustavo Silva. Dos direitos sociais ao prazer: itinerários discursivos em Biblioteconomia & Ciência Informação. Encontros Bibli: revista eletrônica de biblioteconomia e ciência da informação, [S. l.], v. 23, n. 52, p. 1–17, 2018. DOI: 10.5007/1518-2924.2017v23n52p1. Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/eb/article/view/1518-2924.2017v23n52p1. Acesso em: 21 dez. 2024.