Pensamento-invenção de um devir-professor: a biblioterapia como prática à deriva de leitura/escrita literária nas séries iniciais
DOI:
https://doi.org/10.5007/1518-2924.2023.e93765Palavras-chave:
Biblioterapia, Séries Iniciais, Leitura Literária, Método Cartográfico, Devir-ProfessorResumo
Objetivo: O texto é uma cartografia, planos gerados no encontro para devires que experimentam a leitura sob outros traçados para além do convencional, uma escrita de um pensamento-invenção que aposta na biblioterapia enquanto paisagem poética de leitura/escrita literária na escola. Nesse sentido, tem-se como objetivo geral refletir a biblioterapia como prática de leitura/escrita literária possível na escola, tendo como enfoque as séries iniciais da educação básica.
Método: Para isso, segue linhas do método cartográfico (DELEUZE; GUATTARI, 1995) situadas numa rede de conversação que atravessa diversos autores (pesquisa bibliográfica), as ideias do primeiro autor, proponente deste estudo, sob orientação do segundo. Que numa composição de escrita de si, se desloca em movimentos, em específico, dois: a percepção da literatura na escola e o agir da condição docente aliada à de pesquisador, no intuito de apresentar a biblioterapia como modo possível de ler/escrever e suas contribuições para a aprendizagem literária.
Resultado: Nesse atravessamento de ideias expõe-se um devir-professor, considerando o lugar de docência, inventor de leitores, como um movimento do meio, um ser de devir de suas práticas.
Conclusões: Ao final, aposta-se na empatia do leitor das palavras aqui expostas para que a biblioterapia seja entendida, legitimada como habitante do território escolar, a provocar deste modo, fissuras e porosidades nos saberes monolíticos que transitam neste ambiente sobre práticas e aprendizagens que envolvem a leitura e literatura, sobretudo, nas séries iniciais, espaço de fabulação deste professor/pesquisador.
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