Livros didáticos: Maxwell e a transposição didática da luz como onda eletromagnética
DOI:
https://doi.org/10.5007/2175-7941.2011v28n3p564Resumo
Longe estamos dos tempos em que a luz foi encarada, pela primeira vez, como onda eletromagnética (OEM). Hoje banalizada, essa é a definição que encontramos no dia a dia. Na escola, também há a naturalização do saber ensinado, segundo Chevallard, “a evidência incontestável das coisas naturais”. O saber ensinado é protegido pela “clausura da consciência didática”. Essa proteção se rompe quando ocorre a transposição didática, caracterizada pelo fluxo entre esses saberes, isto é, quando elementos do saber sábio passam ao saber ensinado. Com vistas a compreender melhor a especificidade do tratamento didático do saber relativo à luz como OEM, vamos analisar livros didáticos do Ensino Médio (LDEM) e do Ensino Superior (LDES) e duas edições do livro de Ganot. O artigo “On physical lines of force” será analisado com vistas a identificar os primeiros argumentos que, mais tarde, levaram Maxwell a concluir que a luz é uma OEM. Nos livros da atualidade, é possível identificar seis etapas: pré, introdução, existência das OEM, matemática das OEM, velocidade das OEM e pós. Concluiu-se que há, nos manuais, zonas de afastamento entre o saber sábio e o saber a ser ensinado: a relação de precedência/ primazia de Hertz sobre Maxwell em Ganot, a reverência a Maxwell (ou Hertz), o aproveitamento do fato de que as OEM, hoje, estão vulgarizadas, os artifícios de linguagem usados pelos LDEM para substituir a matemática de Maxwell, a adoção de um experimento como ponto de partida para caracterizar a luz como uma OEM. Apontamos fatores internos e externos, que podem ter influenciado a organização da disciplina escolar Física, no que concerne às OEM. Implicações didáticas são apresentadas.
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