Discursos de poder no legislativo brasileiro: a interdição da linguagem não-binária e dos corpos dissidentes
DOI:
https://doi.org/10.5007/1984-8412.2024.e102426Palavras-chave:
Linguagem não-binária, Discursos legislativos, DispositivoResumo
Este artigo pretende apresentar uma visão particular sobre a linguagem não-binária, por meio de uma leitura de Michel Foucault (1996, 2005, 2012) e Norman Fairclough (2003, 2016) para análise de discursos legislativos. O aparato teórico advém dos Estudos Queer e da Linguística Queer e ele se justifica por se tratar de um escrito de potencialização da reflexão-ação para políticas de vida às nossas corpas resistentes em um país ‘necapolítico’ como o nosso. Seu objetivo central é promover uma discussão sobre a manifestação de usos disruptivos de linguagem para demarcar gênero no português brasileiro, com o intuito de descrever mecanismos contemporâneos e analisar a repercussão dos mesmos. Sua contribuição para a formação profissional e crítico-reflexiva em nosso país se dá sobretudo no que tange ao fortalecimento de narrativas que possibilitam a visibilidade e representatividade de sujeitas não-binárias e dissidentes de gênero em geral.
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