Primeira pessoa do plural em dossiê da Revista Cult: traços de modalização epistêmica e de diferentes instâncias de sentido vinculadas às categorias ethos, pathos e logos da Retórica
DOI:
https://doi.org/10.5007/1984-8412.2019v16n4p4135Resumo
Investiga-se, neste artigo, o uso da primeira pessoa do plural em recortes do texto Consciência e lutas feministas: conquistas e desafios no Brasil, texto que apresenta o dossiê Percepções do Feminino e Ações Feministas, publicado na Revista Cult/Edição 210/2016. Considera-se que essa pessoa do discurso pode agregar ao texto modalização epistêmica e diferentes instâncias de sentido vinculadas às categorias ethos, pathos e logos da Retórica. A base teórica desta pesquisa é composta, principalmente, por pesquisas sobre Modalização e Retórica e também orientações da Sociolinguística relativas ao uso do pronome “nós”. As análises dos recortes selecionados demonstram que a primeira pessoa do plural apresenta, no texto, três dimensões de sentido. Nota-se que, apesar de se tratar de uma pessoa do discurso, o recurso linguístico orienta os sentidos no texto, se considerada devidamente atrelada ao conteúdo dos enunciados e à imagem que se constrói do produtor do texto com a provável plateia.
Referências
ABREU, A. S. A arte de argumentar: Gerenciando Razão e Emoção. 13. ed. Cotia: Ateliê Editorial, 2017.
ALVES, I. L. A. Eu, repórter: Narradores em primeira pessoa nas reportagens de Trip, Tpm e Rolling Stone. Dissertação de mestrado
apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Comunicação Social da UFMG. 2015. Disponível em:https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/trabalhoConclusao/viewTrabalhoConclusao.jsf?popup=true&id_trabalho=2577767. Acesso em 30 jul. 2018.
ARISTÓTELES. Retórica. Tradução: Edson Bini. 1 rp. São Paulo: EDIPRO, 2017.
BECHARA, E. Moderna Gramática Portuguesa. 38. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2015.
CÂMARA-JÚNIOR, J. M. Dicionário de filologia e gramática. Rio de Janeiro: J. Ozon, 1970.
CAMPOS, M. H. C. Gramática e construção da significação. In: FONSECA, F. I.; DUARTE, I. M.; FIGUEIREDO, O. (org.). A
Linguística na formação do professor de português. Porto: Centro de Linguística da Universidade do Porto, 2001. p. 163-174.
CASTILHO, A. T. Um ponto de vista funcional sobre a predicação. Alfa, São Paulo, 38: 75-95, 1994.
CASTILHO, A. T.; CASTILHO, C. Advérbios modalizadores. In: ILARI, Rodolfo (org.). Gramática do português falado. Campinas:
UNICAMP; FAPESP, 1993. v. 2. p. 213-261.
CAVALCANTE, M. M. Metadiscursidade, argumentação e referenciação. Estudos linguísticos, São Paulo, v.38, n.3, p. 345-354, set.-
dez. 2009. Disponível em: http://www.gel.hospedagemdesites.ws/estudoslinguisticos/volumes/38/EL_V38N3_27.pdf?/estudoslinguisticos/volumes/38/EL_
V38N3_27.pdf. Acesso em: 10 out. 2018.
CORBARI, A. T. A negociação em textos opinativos: os elementos modalizadores como estratégia de interação. In: PORFÍRIO, L.;
SIQUEIRA, S. (org.). Colhendo frutos e partilhando saberes acerca da linguagem: diálogos entre pesquisas de um doutorado interinstitucional. Cascavel: Edunioeste, 2016. p. 155-175.
CORBARI, A. T. Elementos modalizadores como estratégia de negociação em textos opinativos produzidos por alunos de ensino médio. 2013. 200 p. Tese (Doutorado) – Universidade Federal da Bahia, Instituto de Letras, Salvador. 2013.
CULT. Dossiê Percepções do Feminino e Ações Feministas. In: REVISTA CULT: Especial Frida Khalo, arte e feminismo às próprias
custas. Ed. 210, 2016.
CULT. Sobre. Disponível em: https://revistacult.uol.com.br/home/sobre. Acesso em 07 mai. 2018.
DALL’AGLIO-HATTNHER, M. M.; PEZATTI, C. Negação, modalidade e evidencialidade no discurso científico. Estudos Lingüísticos, n.23, p. 873-878, 2004.
DITTRICH, I. J. O Ethos na entrevista jornalística: refazer e desfazer uma imagem.Caderno de letras da UFF. Dossiê: Palavra e imagem, n. 44, p. 277-293, 2012.
EGGS, E. Ethos aristotélico, convicção e pragmática moderna. In: AMOSSY, R. (org.). Imagens de si no discurso: a construção do
ethos. Trad. Dilson Ferreira da Cruz, Fabiana Komesu e Sírio Possenti. 2 ed. São Paulo: Contexto, 2016.
GUIMARÃES, E. Espaço de enunciação, cena enunciativa, designação. Fragmentum, v. 1, n. 40, p. 49-68, jan./mar. 2014. Disponível
em: https://periodicos.ufsm.br/fragmentum/article/view/17264. Acesso em: 23 jul. 2018.
HYLAND, K. Persuasion and context: the pragmatics of academic metadiscourse. Journal of Pragmatics, Hongkong, n. 30, p. 437-
, 1998.
ILARI, R. et al. Os pronomes pessoais do português falado: roteiro para a análise. In: CASTILHO, A. T.; BASÍLIO, M. (org.).
Gramática do portuguêsfalado.VolumeIV: Estudos descritivos. Campinas: Editora da Unicamp, 2002. p. 79-168.
KOCH, I. V. Argumentação e linguagem. 8.ed. São Paulo: Cortez, 2002.
KOCH, I. V. Desvendando os segredos do texto. 2.ed. São Paulo: Cortez, 2003.
LUCCHESI, D. A representação da primeira pessoa do plural. In: LUCCHESI, D., BAXTER, A.; RIBEIRO, I. (org.). O português
afro-brasileiro. Salvador: EDUFBA, 2009. Disponível em: http://books.scielo.org/id/p5/pdf/lucchesi-9788523208752-22.pdf.
Acesso em: 07 ago 2017.
MAINGUENEAU, D. Ethos, cenografia, incorporação. In: AMOSSY, R. (org.). Imagens de si no discurso: a construção do ethos.
Trad. Dilson Ferreira da Cruz, Fabiana Komesu e Sírio Possenti. 2. ed. São Paulo: Contexto, 2016. p. 69-92
MASSMANN, D. Retórica e argumentação: Percursos de sentidos na biculturalidade. Campinas: Pontes Editores, 2017.
MOSCA, L. L. S. Velhas e Novas Retóricas: Convergências e desdobramentos. In: MOSCA, L. L. S. (org.). Retóricas de ontem e de
hoje. 2 ed. Humanitas: São Paulo, 2001. p. 17-54.
NASCIMENTO, E. P. A modalização e os gêneros formulaicos:estratégia semântico- argumentativa. Revista de Letras, v. 1, n. 32, p. 9-19, jan./jun. 2013. Disponível em: http://www.periodicos.ufc.br/index.php/revletras/article/viewFile/1441/1340. Acesso em: 20 abr. 2018.
NEVES, M. H. M. A modalidade. In: KOCH, I. V. Gramática do português falado.Volume VI: Desenvolvimentos. Campinas: Editora
da Unicamp, 1996. p. 163-199.
NEVES, M. H. M. Gramática de usos do português. São Paulo, Editora UNESP, 2000.
NEVES, M. H. M. Texto e gramática. São Paulo: Contexto, 2006.
PEIXOTO, T. F. Modalização no enunciado e modalização na enunciação. In: DIAS, L. F.; LACERDA, P. B. G.; DALMASCHIO, L.
(org.). Enunciação e materialidade linguística. Belo Horizonte: FALE/UFMG, 2015. p. 70-77.
PERELMAN, Ch.; OLBRECHTS-TYTECA, L. Tratado da argumentação: a nova retórica. Tradução: Maria Ermantina de Almeida
Prado Galvão. São Paulo: Martins Fontes, 2017.
PIETRANDREA, P. La modalità epistemica. Cornici teoriche e applicazioni all’italiano. 2001. Tese (Doutorado) – Doutorado em
Linguística da Universita’ degli studi di Roma ter, 2001. Disponível em: http://paolapietrandrea.altervista.org/papers/tesi.pdf.
Acesso em: 26 jul. 2018.
RÊGO, A. G.; MOURA, R. L. Jornalismo, gêneros e diversidade cultural nas revistas brasileiras. Intercom – RBCC, São Paulo, v.35,
n.2, p. 101-128, jul./dez. 2012. Disponívelem: http://www.scielo.br/pdf/interc/v35n2/06.pdf. Acesso em: 10 jul. 2018.
TARAPANOFF, F. P. A. Escrever e pensar cultura na contemporaneidade: jornalismo cultural e compreensão. 2010. Dissertação (Mestrado) – Mestrado em Comunicação da Faculdade Cásper Líbero, São Paulo, 2010. Disponível em:
https://casperlibero.edu.br/wp-content/uploads/2014/02/12-escrever-e-pensar- cultura-na-contemporaneidade.pdf. Acesso em:
jul. 2018.
TITELLO, D. V. A sintagmatização e a produção de sentidos em redações de vestibular. In: DIAS, L. F.; LACERDA, P. B. G.;
DALMASCHIO, L. (org.). Enunciação e materialidade linguística. Belo Horizonte: FALE/UFMG, 2015. p. 78- 91.
TRAVAGLIA, L. C. Flexão verbal, texto e discurso. In: RODRIGUES, A.; ALVES, I.M. (org.). A construção morfológica da palavra:
gramática do português culto falado no Brasil. V. 6. São Paulo: Contexto, 2015. p. 281-380.
TRAVAGLIA, L. C. Um estudo textual-discursivo do verbo no português do Brasil.Campinas, 1991. Tese (Doutorado em Linguística)
– Instituto de Estudos da Linguagem, Unicamp. Disponível em: www.ileel.ufu.br/travaglia. Acesso em: 01 jun. 2017.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Os trabalhos publicados passam a ser de direito da Revista Fórum Linguístico, ficando sua reimpressão, total ou parcial, sujeita à autorização expressa da Comissão Editorial da revista. Deve ser consignada a fonte de publicação original.
Esta publicação está regida por uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.