O que a poesia surda periférica sinaliza para as políticas linguísticas direcionadas às comunidades surdas?
DOI:
https://doi.org/10.5007/1984-8412.2021.e81229Resumo
O objetivo deste artigo foi especificar elementos que podem ser observados na poesia surda periférica, os quais sinalizam direcionamentos importantes para políticas linguísticas voltadas às comunidades surdas. Para isso, foram analisados dois textos produzidos por Edinho Poesia, os quais focalizam o papel e a relevância dessas políticas, seu estatuto jurídico e sua relação assimétrica com a Língua Portuguesa, no que tange à ordem do acesso aos bens e aos serviços públicos. A literatura pode ser utilizada como instrumento político e de tensionamento dos direitos humanos. Assim, as reflexões de Campello e Rezende (2014), Fernandes (2011), Ladd (2013) e Sutton-Spence (2020), em diálogo com as poesias analisadas, apontam para questões como: o não reconhecimento da cidadania surda pelo acesso à Língua Brasileira de Sinais (Libras); o Português como língua de maior prestígio; a constitucionalidade jurídica; e a urgência de preservar e incentivar o registro de uma memória surda, por meio de acervos em Libras.
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