As perífrases de tempo em aulas e em entrevistas orais
DOI:
https://doi.org/10.5007/1984-8412.2024.e94686Palavras-chave:
Perífrases verbais, Tempo, Língua faladaResumo
Na tradição gramatical, as perífrases verbais têm sido descritas principalmente em relação à sua morfologia. Apenas algumas perífrases verbais são incluídas nos paradigmas de conjugação verbal de tempo das Gramáticas Tradicionais pelo fato de que, no período em que se produziram as primeiras gramáticas das línguas românicas, privilegiou-se a morfologia flexional como forma de “valorizar” características dessas línguas que se assemelhassem a características do latim. O objetivo deste trabalho é realizar uma descrição do funcionamento das perífrases de tempo em um córpus de língua falada formado por entrevistas com pesquisadores e por aulas de curso superior e de curso pré-vestibular. Por meio da tabulação das ocorrências, verificou-se uma altíssima frequência das formas perifrásticas em detrimento das formas simples. Em outras palavras, verificou-se que, mesmo quando a perífrase não tem função supletiva, ou seja, quando não preenche uma lacuna em um paradigma, os falantes optam com maior frequência pela forma composta.
Referências
BECHARA, E. Moderna gramática portuguesa. 37 ed. R. de Janeiro: Lucerna, 2002.
BYBEE, J. Morphology: A Study of the Relation Between Meaning and Form. Amsterdam/ Philadelphia: John Benjamins, 1985.
BYBEE, J.; DAHL, Ö. The creation of tense and aspect systems in the languages of the world. Studies in Language, v. 13, n. 1, p. 51-103, 1989.
BYBEE, J. L.; PAGLIUCA, W.; PERKINS, R. D. Back to the future. In: TRAUGOTT, E. C.; HEINE, B. (ed.). Approaches to grammatical-ization. Vol. 2. Types of grammatical markers. Amsterdam: John Benjamins, 1991. p. 17-58.
CÂMARA JR., J. M. Dicionário de filologia e gramática. 2. ed. R. de Janeiro: J. Ozon Editor, 1964.
CASTILHO, A. T. Nova Gramática do Português Brasileiro. S. Paulo: Contexto, 2010.
CEREJA, W. COCHAR, T. Gramática: texto, reflexão e uso. 5. ed. S. Paulo: Atual, 2016.
CHAFE, W. Linguistic differences produced by differences between speaking and writing. In: OLSON, D. R.; TORRANCE, N.; HIL-DYARD, A. (org.). Literacy, Language and Learning: the nature and consequences of reading and writing. Cambridge: Cambridge Uni-versity Press, 1985. p. 105-123.
CUNHA, C.; CINTRA, L. Nova Gramática do Português Contemporâneo. 7. ed. R. de Janeiro: Lexikon, 2017.
GLINZ, H. Die innere form des Deutschen. Eine neue Deutsche Grammatik. Bern und München: Francke Verlag, 1952.
HALLIDAY, M. A. K. An introduction to functional grammar. 2. ed. London: Edward Arnold, 1994.
HASPELMATH, M. Periphrasis. In: BOOIJ, G. et al. (org.). 1. Halbband: Ein internationales Handbuch zur Flexion und Wortbildung. Berlin/ New York: Mouton De Gruyter, 2008. p. 654-664.
ILARI, R. A expressão do tempo em português. S. Paulo: Contexto, 1997.
ILARI, R.; BASSO, R. M. O verbo. In: ILARI, R.; NEVES, M. H. M. (orgs.). Gramática do português culto falado no Brasil. Vol. 2. Cam-pinas: Ed. da Unicamp, 2008. p. 163-365.
KURY, A. G. Novas lições de análise sintática. 7. ed. S. Paulo: Ática, 1997.
LOBATO, L. M. P. Os verbos auxiliares em português contemporâneo. Critério de auxiliaridade. In: LOBATO, L. M. P.; POTTIER, B.; D’INTRONO, F.; LOFFLER-LAURIAN, A. M.; VIDAL, A. M. (org.). Análises linguísticas. Petrópolis: Vozes, 1975. p. 27-91.
LONGO, B. N. O. Auxiliaridade. In: RODRIGUES, A.; ALVES, I. M. (org.). Gramática do português culto falado no Brasil: a construção morfológica da palavra. Vol. VI. S. Paulo: Contexto/ FAPESP, 2019. p. 175-187.
LONGO, B. O.; CAMPOS, O. S. A auxiliaridade: perífrases de tempo e de aspecto no português falado. In: ABAURRE, M. B. M.; RO-DRIGUES, A. C. S. (org.). Gramática do português falado: novos estudos descritivos. Vol. 8. Campinas: Editora da Unicamp/ FAPESP, 2002. p. 445-477.
O’DONNELL, M. From Corpus to Codings: Semi-Automating the Acquisition of Linguistic Features. Proceedings of the AAAI Spring Symposium on Empirical Methods in Discourse Interpretation and Generation. Proceedings... . p.27–29, 1995. Stanford: AAAI.
PONTES, E. Verbos auxiliares em português. Petrópolis: Vozes, 1973.
PRETI, D. Análise de Textos Orais. S. Paulo: FFLCH/USP, 1993.
SAID-ALI, M. Gramática Histórica da Língua Portuguesa. 5. ed. S. Paulo: Melhoramentos, 1965.
TERRA, E. Curso prático de gramática. 7. ed. S. Paulo: Scipione, 2017.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.
Os trabalhos publicados passam a ser de direito da Revista Fórum Linguístico, ficando sua reimpressão, total ou parcial, sujeita à autorização expressa da Comissão Editorial da revista. Deve ser consignada a fonte de publicação original.
Esta publicação está regida por uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.