Colonialidade do poder e o preconceito linguístico
DOI:
https://doi.org/10.5007/1984-8412.2024.e97489Palavras-chave:
Preconceito Linguístico, Variação Linguística, DecolonialidadeResumo
O objetivo deste artigo é revisitar o livro Preconceito Linguístico: o que é, como se faz, de Marcos Bagno (2007) à luz da decolonialidade, uma vez que mitos que estruturam o preconceito linguístico continuam funcionando para a manutenção de um conjunto de crenças que contribuem para legitimar a hierarquização das relações sociais no Brasil. Para isso, assumimos como referenciais teóricos Quijano (1999 [2000], 2005), Maldonado-Torres (2007), Garcés (2007) e Costa-Bernardino e Grosfoguel (2016). O livro tem mais de 20 anos, está na sua 56ª edição e continua sendo um convite a desmitificação do conceito colonial de língua: instituição homogênea, imutável e universal. O envolvimento de diferentes atores sociais é importante para o reconhecimento da diversidade linguística brasileira e, consequentemente, para uma educação linguística decolonial.
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