Marcas de uso em dicionários escolares Tipo 2

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5007/1984-8412.2020.70847

Resumo

Neste artigo, pretendemos refletir sobre dicionários escolares que estão inseridos no PNLD 2012: Dicionário, que se divide em quatro grupos de dicionários voltados ao Ensino Fundamental; desse agrupamento, interessa-nos examinar aqueles do Tipo 2 por serem as primeiras obras dicionarísticas nas quais aparecem marcas de uso (nosso objeto de pesquisa). Dentre os sete dicionários pertencentes a esse grupo, analisamos Geiger (2011) e Saraiva Júnior (2009), comparando suas etiquetas àquelas de Houaiss (2009) e Ferreira (2010). Baseando-nos em Fajardo (1997), Strehler (1998), Garriga Escribano (2003), Welker (2004), Zavaglia (2009) e Gutiérrez Cuadrado (2011), notamos que as marcas são usadas para destacar, além de contextualizar, itens próprios ao universo infantil. Resulta que não há uma padronização metodológica quanto à escolha de um rótulo em detrimento a outro, tampouco pedagógica, propósito primeiro ao consulente escolar, para sua produção textual.

Biografia do Autor

Fábio Henrique de Carvalho Bertonha, Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho"

Doutorando junto ao Programa de Pós-graduação em Estudos Linguísticos, pela UNESP/São José do Rio Preto; Mestre pela mesma instituição. Sua área de concentração corresponde à Linguística Aplicada, cuja linha de pesquisa é Lexicologia e Lexicografia, pela UNESP-IBILCE. Graduou-se no curso de Bacharelado em Letras com Habilitação de Tradutor (inglês e italiano, em 2010; francês e espanhol, em 2016) também pela mesma universidade. Pesquisa na área de Lexicografia lidando com dicionários especiais. Atua como tradutor autônomo/freelancer e ministra aulas das respectivas línguas de formação.

Referências

BÉJOINT, H. Modern lexicography: An Introduction. Oxford: Oxford University Press, 2000.

BIDERMAN, M. T. C. A estrutura mental do léxico. In: QUEIROZ, T. A. Estudos de Filologia Linguística. São Paulo, EDUSP, 1981. p. 131-145.

BIDERMAN, M. T. Glossário. Alfa, São Paulo, v. 28 (supl.), p. 135-144, 1984.

BIDERMAN, M. T. Léxico e Vocabulário Fundamental. Alfa, São Paulo, v. 40, p. 27- 46, 1996.

BORBA, F. S. Organização de dicionários: uma introdução à Lexicografia. São Paulo, UNESP, 2003.

BORBA, F. S. Léxico e herança social. In: MARCHEZAN, R. C.; CORTINA, A. (org.). Os fatos da linguagem, esse conjunto heteróclito. Araraquara: Cultura Acadêmica Editora, 2006. p. 81-96.

BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Com direito à palavra: dicionários em sala de aula (PNLD 2012: Dicionário). Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica, 2012.

GEIGER, P. (org.). Caldas Aulete – Dicionário escolar da língua portuguesa. 3. ed. São Paulo: Globo, 2011.

FAJARDO, A. Las marcas lexicográficas: concepto y aplicación práctica en la Lexicografía española. Revista de Lexicografía, v. 111, p. 31-57, 1997.

GARRIGA ESCRIBANO, C. Marcas. In: GUERRA, A. M. M. (coord.). Lexicografía española. España: Editorial Ariel, 2003.

GUTIÉRREZ CUADRADO, J. Ideología e lexicografía. In: VICENTE, F. S.; GARRIGA, C.; LOMBARDINI, H. E. Ideolex. Estudios de Lexicografia e Ideología, 2011.

FERREIRA, A. B. H. Novo Dicionário Eletrônico Aurélio versão 7.0. 5. ed. Curitiba: Editora Positivo Informática LTDA, 2010.

HAENSCH, G. et al. La Lexicografia: de la Linguística teórica a la Lexicografia práctica. Madrid: Gredos, 1982.

HOUAISS, A. Dicionário Eletrônico Houaiss da Língua Portuguesa versão 1.0. Editora Objetiva, 2009.

KRIEGER, M. G. Políticas públicas e dicionários para escola: o Programa Nacional do Livro Didático e seu impacto sobre a Lexicografia Didática. Cadernos de Tradução, Florianópolis, v. 2, n. 18, p. 235-252, 2006.

LARA, L. F. El contenido proposicional del acto: la definición lexicográfica. In: LARA, L. F. Teoría del diccionario monolingüe. México: El Colegio de Mexico, 1996. p. 167-231.

LARA, L. F. O dicionário e suas disciplinas. In: ISQUERDO, A. N.; KRIEGER, M. G. (org.). As ciências do léxico: lexicologia, lexicografia, terminologia. Campo Grande: Editora UFMS, 2004. p. 133-152.

ORLANDI, E. P. Discoursive lexicography. Alfa, São Paulo, v. 44, p. 97-114, 2000.

PORTO DAPENA, J. Á. Manual de técnica lexicográfica. Madrid: Gredos, 2002.

STREHLER, R. G. As marcas de uso nos dicionários. In: OLIVEIRA, A. M. P.; ISQUERDO, A. N. (org.). As ciências do léxico: Lexicologia, Lexicografia, Terminologia. Campo Grande: Editora UFMS, 1998. p. 171-180.

SARAIVA JÚNIOR. Dicionário da Língua Portuguesa Ilustrado. 3. ed. São Paulo: Saraiva. 2009.

VILELA, M. Estruturas léxicas do português. Coimbra: Almedina, 1979.

WELKER, H. A. Marcas de uso. In: WELKER, H. A. Dicionários: uma pequena introdução à lexicografia. Brasília: Thesaurus. 2004.

WELKER, H. Panorama Geral da Lexicografia Pedagógica. Brasília: Editora Thesaurus, 2008.

ZAVAGLIA, C. Sistematização crítica em Lexicografia e Lexicologia. 92f. Tese (Livre-docência em Lexicologia e Lexicografia) – Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas, Universidade Estadual Paulista, São José do Rio Preto, 2009.

Downloads

Publicado

2020-11-20