Documentação de Línguas de Sinais

Autores

  • Ronice Müller de Quadros Universidade Federal de Santa Catarina https://orcid.org/0000-0002-5152-8716
  • Christian Rathmann Humboldt-Universität zu Berlin
  • Johanna Mesch Stockholm Universit
  • Jair Barbosa da Silva Universidade Federal de Alagoas

DOI:

https://doi.org/10.5007/1984-8412.2020.e77336

Resumo

Este artigo apresenta uma discussão sobre a documentação de línguas de sinais, considerando motivações acadêmicas e sociais, assim como indicações de materiais que as comunidades surdas consideram relevantes integrarem tais documentações. Primeiramente, iremos apresentar uma discussão de ordem mais filosófica acerca da documentação linguística das línguas de sinais e, posteriormente, abordaremos as questões de ordem técnica e ética relativas à elaboração de corpora nessas línguas. A primeira parte do artigo, abordará três questões básicas: (1) o que constitui a documentação de línguas de sinais; (2) para quê documentar as línguas de sinais; (3) para quem é necessário documentar as línguas de sinais. A segunda parte do artigo trará práticas de documentação de línguas de sinais em diferentes países como referência de aproximação e valorização das comunidades surdas. Serão apresentadas práticas de documentação, em especial, a constituição de corpora de línguas de sinais enquanto língua das comunidades surdas; registro histórico das línguas de sinais; produções literárias em línguas de sinais; referências para o ensino de línguas de sinais; registro de produções de surdos bilíngues unimodais; registro de produções de bilíngues bimodais. Estas questões estão permeadas por aspectos éticos, uma vez que a documentação de línguas de sinais envolve as comunidades surdas que usam suas respectivas línguas de sinais. Ao final, faremos uma reflexão de como estas práticas de documentação se voltam para os interesses acadêmicos e sociais das comunidades surdas.

Biografia do Autor

Ronice Müller de Quadros, Universidade Federal de Santa Catarina

Professora Titular da Universidade Federal de Santa Catarina. Pesquisadora do CNPQ. Pedagoga. Mestre e Doutora em Linguística pela PUCRS. Pos-Doutora pela University of Connecticut e Gallaudet University.

Christian Rathmann, Humboldt-Universität zu Berlin

Professor e pesquisador da Humboldt-Universität zu Berlin.

Johanna Mesch, Stockholm Universit

Professor da Stockholm Universit.

Jair Barbosa da Silva, Universidade Federal de Alagoas

Professor e pesquisador da Universidade Federal de Alagoas. 

Referências

CRASBORN, O. et al. Sharing sign language data online: experiences from the ECHO project. International Journal of Corpus Linguistics, v.12. n.4, p.535-562, 2007.

ELAN. Sistema Eudico Annotator. 2020. Disponível em: https://archive.mpi.nl/tla/elan. Acesso em: 16 abr. 2020.

HARRIS, R.; HOLMES, H. M.; MERTENS, D. M. Research ethics in sign language communities. Sign Language Studies, v. 9, n.2, p.104-131, 2009.

HOCHGESANG, J.A. Ethics of researching signed languages: the case of Kenyan Sign Language (KSL). In A.C. Cooper & K.K. Rashid (ed.). Signed Languages in Sub-Saharan Africa: Politics, citizenship and shared experiences of difference. Washington, DC: Gallaudet University Press, 2015. p.11-30.

JOHNSTON, T. The reluctant oracle: annotating a sign language corpus for answers to questions we can’t ask any other way. Abstract of a Paper Presented at the Sign Language Corpora: Linguistic Issues Workshop, London, 2009.

JOHNSTON, T. The reluctant oracle: adding value to, and extracting value from, a signed language corpus through strategic annotations. Corpora, v.9, n.2, p.155-189, 2014.

LEESON, L. et al. The uses of corpora in L1 and L2/Ln sign language pedagogy. In: ROSEN, S. R. (ed.) The Routledge Handbook of Sign Language Pedagogy. Routledge, 2019. p. 339-352.

MCCARTHY, M.; O’KEEFFE, A. Historical perspective: what are corpora and how have they evolved? In: OKEEFFE, A.; McCARTHY, M.. The Routledge Handbook of Linguistics. New York: Routledge, 2010. p. 3-14.

MESCH, J. Korpus för taktilt svenskt teckenspråk: Datamängd. [Tactile Swedish Sign Language Corpus]. Section for Sign Language, Department of Linguistic, Stockholm University, 2016.

ÖQVIST, Z.; RIEMER KANKKONEN, N.; MESCH, J. STS-korpus : A sign language web corpus tool for teaching and public use. In: EFTHIMIOU, E. (ed.). Proceedings of the [LREC2020] 9th Workshop on the Representation and Processing of Sign Languages: Sign Language Resources in the Service of the Language Community, Technological Challenges and Application Perspectives. European Language Resources Association (ELRA), Marseille, France, 2020. p. 177-180.

QUADROS, R. M. de et al. Corpus de Libras. 2020. Disponível em: http://corpuslibras.ufsc.br/. Acesso em: 17 fev. 2020.

RAPPEN, R. Building a Corpus: What are the key considerations? In: OKEEFFE, A.; McCARTHY, M. The Routledge Handbook of Corpus Linguistics. New York: Routledge, 2010. p.31-37.

SCHEMBRI, A. Documenting sign languages. In: AUSTIN, P.K (ed.). Language documentation and description, v. 7. London: SOAS, 2010. p. 105-143.

SCHÖNSTRÖM, K.; MESCH, J. Datamängd. Projektet Från tal till tecken – att lära sig svenskt teckenspråk som andraspråk. [Dataset. The project From speech to sign – learning Swedish Sign Language as a second language], Department of Linguistics, Stockholm University, 2017.

SCHÖNSTRÖM, K.; MESCH, J. [no prelo]. Cross linguistic influence across modalities – the case of mouth actions in L2 sign language learners. Sign Language Linguistics.

SINGLETON, J. L.; JONES, G.; HANUMANTHA, S. S. Toward ethical research practice with Deaf participants. Journal of Empirical Research on Human Research Ethics, n.9, p.59-66, 2014.

SINGLETON, J.; MARTIN, A.; MORGAN, G. Ethics, deaf-friendly research, and good practice when studying sign languages. In: ORFANIDOU, E.; WOLL, B.; GARY, M. (org.). Research methods in sign language studies: a practical guide. Malden/USA – Oxford/UK: John Wiley & Sons Inc., 2015. p. 5-20.

STS. Disponível em: https://teckensprakslexikon.su.se. Acesso em: 17 fev. 2020.

Downloads

Publicado

2020-12-30

Edição

Seção

Dossiê