"Nós concordamos em pessoa e número, porém, nós discorda bastante." Um estudo dos pronomes de primeira pessoa plural em PB com base em um corpus de fala popular

Autores

  • Cristiane Namiuti Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia
  • Adilma Sampaio de Oliveira Vieira Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia

DOI:

https://doi.org/10.5007/1984-8412.2017v14n4p2587

Resumo

No Português Brasileiro (PB), as tradicionalmente chamadas “formas nominativas” dos pronomes são também representantes oblíquos, sem nenhuma marginalidade em sua aceitação, não havendo uma correspondência unívoca entre uma forma pronominal e uma única função casual/gramatical, como esperado para o Português Europeu (PE). Argumentamos que os pronomes de primeira pessoa plural "nós" e "a gente" integram o sistema vernacular de pronomes do PB e não concorrem entre si. Embasados nos pressupostos da teoria da Gramática Gerativa, partimos da hipótese de que o reflexo da mudança gramatical do PB, relacionada à oposição de um sistema composto por 6 (seis) pessoas gramaticais em direção a uma oposição dual (primeira/terceira pessoa singular), tem como consequência uma mudança nos traços gramaticais dos pronomes que deixam de ser marcados como nominativo no léxico, sendo o paradigma de pronomes do vernáculo brasileiro caracterizado por um paradigma flexional e um sistema de concordância distinto do PE.

Biografia do Autor

Cristiane Namiuti, Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia

Experiência na área de Linguística, com ênfase em Linguística Histórica e metodologias automáticas de busca de dados em textos escritos, atuando principalmente nos seguintes temas: interpolação, clítico, mudança linguística, história do português e linguistica de corpus. Possui graduação em Linguística pela Universidade Estadual de Campinas (2001), doutorado (2008) e Pós-Doutorado (2010), em Lingüística, pela mesma instituição. É membro colaborador, desde 1999, do projeto temático "Padrões Rítmicos, Fixação de Parâmetros e Mudança Lingüística" (FAPESP/UNICAMP), coordenado pela professora Charlotte M. C. Galves (UNICAMP) . Atualmente é professor pesquisador da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB) e coordenador do projeto "Colocação de clíticos e fronteamento: um estudo diacrônico em corpus Eletrônico do português".

Adilma Sampaio de Oliveira Vieira, Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia

Possui graduação em Licenciatura em Letras Vernáculas, Universidade do Estado da Bahia - UNEB (2008) e Especialização em Estudos Linguísticos na Universidade Estadual de Feira de Santana - UEFS (2009). Mestrado em Linguística na Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia - UESB (2014), sendo bolsista da CAPES. Revisora técnica da revista Filosofando: Revista de Filosofia da UESB. Atua na área de Letras e Linguística.

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Publicado

2017-12-31

Edição

Seção

Artigo