Em prol de textos multimodais no contexto escolar: quais, como e por quê?
DOI:
https://doi.org/10.5007/1984-8412.2020v17n2p4919Resumo
Na sociedade contemporânea, embora o professor não seja mais a fonte principal de informações para o aluno, continua desempenhando a função de despertá-lo para uma leitura crítica de discursos implícitos de significados culturais, ideológicos e hegemônicos que circulam em textos multimodais. Este ensaio discute possíveis caminhos para uma análise crítica desses discursos. Desenvolve-se a partir de uma concepção de texto e descrição das abordagens teórico-metodológicas sugeridas para textos multimodais, a saber, a Análise Crítica do Discurso (FAIRCLOUGH, 2001; MEURER, 2005) e a Gramática do Design Visual (KRESS; VAN LEEUWEN, [1996] 2006). Em seguida, apresenta exemplos de estudos voltados para textos multimodais analisados e tece argumentos em prol do trabalho com textos multimodais na escola. Ao final, destacam-se três pontos relevantes: participação do professor em formações continuadas regulares, o conhecimento de ferramentas analíticas aplicáveis às novas configurações textuais e a inserção de textos multimodais do cotidiano como leitura crítica na escola.
Referências
ALMEIDA, D. L. B. Icons of contemporary childhood: a visual and lexicogrammatical investigation of toy advertisements. 2006. Tese (Doutorado em Letras) - Universidade Federal de Santa Catarina. Florianopólis, 2006.
BEZERRA, F. A análise crítica do discurso e os multiletramentos: o papel da linguagem no fazer docente contemporâneo. In: NÓBREGA, C.; ARCOVERDE, R.; BRANCO, S. E. F. W. Educação linguística e literária: discursos, políticas e práticas. Campina Grande: UFCG, 2016. p. 189-204.
CALDAS-COULTHARD, C. R.; VAN LEEUWEN, T. Stunning, shimmering, irisdescent: toys as the representation of gendered social actors. In: LITOSSELITI, L.; SUNDERLAND, J. Gender identity and discourse analysis. Amsterdam: John Benjamins, 2002. p. 91-108.
CALDAS-COULTHARD; VAN LEEUWEN, T. Discurso crítico e gênero no mundo infantil: Brinquedos e a representação de atores sociais. Linguagem em (dis)curso, Tubarão, SC, 4, set/dez 2004. 11-33.
CALLEGARO, E. K.; MARTINS, N. B.; KADER, C. C. C. Análise do prédio da Reitoria da Universidade Federal de Santa Maria sob a ótica da Semiótica Espacial. Caminhos em Linguística Aplicada, Tabauté, v. 10, n. 1, p. 127-146, 2014.
FAIRCLOUGH, N. Discurso e mudança social. Tradução de Izabel Magalhães. Brasília: Universidade de Brasilia, 2001.
GUERREIRO, A.; SOARES, N. M. M. Os memes vão além do humor: uma leitura multimodal para a construção de sentidos. Texto digital, Florianopólis, 12, n. n.2, Dezembro 2016. 185-208.
HALLIDAY, M. A. K. Language as Social Semiotic. London: Arnold, 1978.
HEBERLE, V. Multimodalidade e multiletramento: pelo estudo da linguagem como prática social multissemiótica. In: SILVA, K. A. et al. A formação de professores de íinguas: novos olhares. Campinas: Pontes Editora, v. II, 2012. p. 83-106.
KRESS, G.; VAN LEEUWEN, T. Reading images: the grammar of visual design. London: Routledge, 2006 [1996].
MEURER, J. L. Gêneros Textuais na Análise Crítica de Fairclough. In: BONINI, A.; MOTTA-ROCH, D. Gêneros: teorias, métodos, debates. São Paulo: Parábola Editorial, 2005. p. 81-106.
MOTTA-ROTH, D. Entrevista sobre o estado da arte em Linguistica Aplicada Contemporânea no Brasil. Letra Magna, n. 15, 2012.
NASCIMENTO, R.; BEZERRA, F.; HEBERLE, V. Multiletramentos: iniciação à análise de imagens. Linguagem e Ensino, Pelotas, 14, Jul/dez. 2011. 529-552.
PIERCE, C. S. Semiótica e filosofia. Trad. Octanny Silveira da Mota e Leonidas Hegenberg. São Paulo: Cultrix, 1975.
RAVELLI, L. Analysing space: adapting and extending multimodal frameworks. In: UNSWORTH, L. Multimodal semiotics: functional analysis in contexts of education. Londres: Bloombury Academic, 2011.p. 17-33.
RAVELLI, L. J.; MCMURTIE, R. J. Multimodality in the built environment> spatial discourse analysis. London and New York: Routledge, 2016.
RAVELLI, L.; HERBELE, V. Bringing a museum of language to life: the use of multimodal resources for intetactional engagement in the Museu da Língua Portuguesa. Revista Brasileira de Linguística Aplicada, Belo Horizonte, v. 16, n. 4, p. 521-546, jun. 2016.
RAVELLI, L.; STENGLIN, M. Feeling space: interpersonal communication and spatial semiotics. In: ANTOS, G.; VENTOLA, E.; WEBER, T. Handbook of Applied Linguistucs. Berlim e Nova York: Mouton de Gruyter, v. 2: Interpersonal Communication, 2008. Cap. 13.
RAVELLI.L. Beyond shopping: constructing the Sydney Olympics in three-dimensional text. Text, Berlin/Boston, v. 20, n.4, p. 489-515, 2000.
RESENDE, V.; RAMALHO, V. Análise de discurso crítica. São Paulo: Contexto, 2006.
RODRIGUES, R. H. Entrevista sobre o estado da arte em Linguistica aplicada contemporãnea no Brasil. Letra Magna, n. 15, 2012.
ROJO, R. Pedagogia dos multiletramentos: diversidade cultural e de linguagens na escola. In: ROJO, R. E. M. E. Multiletramentos na escola. São Paulo: Parábola Editoria, 2012. p. 11-31.
STENGLIN, M. Packaging Curiosities: toward a grammar of three dimensional space. University of Sydney. Sidney, p. 513. 2004.
STENGLIN, M. Space odyssey: a guided tour through the semiosis of three dimensional space. Visual Communication, Los Angeles et al, v. 8, n.1, p. 35-64, 2009.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Os trabalhos publicados passam a ser de direito da Revista Fórum Linguístico, ficando sua reimpressão, total ou parcial, sujeita à autorização expressa da Comissão Editorial da revista. Deve ser consignada a fonte de publicação original.
Esta publicação está regida por uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.