Os fatores que influenciam no clima organizacional em instituições federais de ensino superior: uma investigação em Belém do Pará, Brasil

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5007/1983-4535.2019v12n1p25

Resumo

O clima organizacional pode ser conceituado como o produto da percepção compartilhada pelos trabalhadores da qualidade do ambiente de trabalho em um dado momento. Ao longo do tempo, os estudos de clima organizacional mostraram relações com diversos aspectos do comportamento humano, com motivação, produtividade, comprometimento, entre outros. Desta forma, compreender o clima organizacional se tornou uma forma privilegiada de investigar o ambiente de trabalho. Nesse contexto, o objetivo deste estudo foi analisar os aspectos do ambiente de trabalho que exercem influência na formação do clima organizacional em instituições federais de ensino. A investigação utilizou método exploratório e descritivo na forma de pesquisa de campo em duas instituições na cidade de Belém do Pará, Brasil. A amostragem foi não probabilística por acessibilidade e obteve 236 entrevistas válidas. O tratamento de dados foi quantitativo com análise fatorial exploratória (AFE) e regressão linear múltipla (RLM). A análise fatorial captou quatro fatores que explicaram 65,25% da variância dos dados e foram denominados como Chefia (18,97%), Imagem organizacional (17,57%), Treinamento (17,41%) e Remuneração (11,30%). A regressão linear múltipla, com r-quadrado de 70,81%, mostrou que o modelo era capaz de influenciar fortemente no clima organizacional. Conclui-se que os gestores podem utilizar os fatores identificados neste estudo para fundamentar estratégias que contribuam para melhoria do clima organizacional nas instituições pesquisadas.            

Biografia do Autor

Carlos André Corrêa de Mattos, Universidade Federal do Pará

Doutor em Ciências Agrárias (2012) pela Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA) e Mestre em Gestão e Desenvolvimento Regional (2008) pela Universidade de Taubaté (Unitau). Cursou MBA em Gestão Empresarial (2004) e Gerenciamento de Projetos (2005) pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Bacharel em Administração (2002) pela Universidade da Amazônia (Unama), na trajetória profissional atuou em organizações públicas e privadas. Dentre as áreas de concentração, destacam-se: Gestão de Organizações Públicas, Competitividade, Agronegócio e Organização Agroindustrial. Atualmente é professor da Faculdade de Administração (FAAD) e do Programa de Mestrado em Gestão Pública para o Desenvolvimento (PPGGPD) da Universidade Federal do Pará (UFPa)

Nilson Luiz Costa, Universidade Federal de Santa Maria Campus Palmeira das Missões

Possui graduação em Ciências Econômicas pela Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (2001); especialização em Administração-Comércio Exterior pela Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões/URI (2005); mestrado em Planejamento do Desenvolvimento pelo Núcleo de Altos Estudos Amazônicos da Universidade Federal do Pará (2008) e Doutorado em Ciências Agrárias - linha de pesquisa socioeconomia e desenvolvimento rural - pela Universidade Federal Rural da Amazônia (2012). Atualmente, é Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Agronegócios (PPGAGR/UFSM) e docente do curso de Ciências Econômicas. Desenvolve pesquisas nas áreas de competitividade, mercado, desenvolvimento regional e cadeias produtivas do Agronegócio

Ícaro Saraiva Laurinho, Universidade Federal do Pará

Servidor da Fundação Carlos Gomes no Estado do Pará, bacharel em Ciências Contábeis e membro do Laboratório de Inovação e Controle no Setor Público da pela Universidade Federal do Pará com grande interesse na área de pesquisa. Atuou como bolsista do Programa Jovens Talentos para Ciência (JTC) no período de agosto de 2013 à janeiro de 2014. Tendo abdicado de minha bolsa para assumir cargo no Governo do Estado do Pará

Lidiane Nazará da Silva Dias, Universidade Federal do Pará

Doutora em Ciências Contábeis pela Universidade de Brasília (2016). Mestra em Ciências Contábeis pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2006). Bacharel em Ciências Contábeis pela Universidade Federal do Pará (2004). Professora Adjunta da Universidade Federal do Pará (UFPA), atuando na linha de pesquisa: Controle e Desempenho do Setor Público. Vice-diretora da Faculdade de Ciências Contábeis da UFPA. Coordenadora do Laboratório de Inovação e Controle no Setor Público (LAIC-UFPA). Consultora Técnica Voluntária do Observatório Social de Belém (OSBelém). Coordenadora do Projeto de Pesquisa da UFPA Transparência Pública e sua Efetividade nas Prefeituras e Câmaras do Estado do Pará: o cenário atual? (UFPA, CGU, TCM-PA). Coordenadora do Projeto de Extensão da UFPA "Ouvidoria Ativa do PNAE: Égua da merenda, João!" (UFPA, CGU e OSBelém). Avaliadora de periódicos científicos Qualis e congressos na área contábil. Autora de publicações em periódicos científicos de alcance nacional e internacional. Co-autora dos livros Teoria Avançada da Contabilidade e Contabilidade Ambiental e Relatórios Sociais, ambos da Editora Atlas.

Referências

ARABACI, I. B. Academic and administration personnel´s perceptions of organizational climate: sample of educational faculty of Firat University. Procedia. Social and Behavioral Sciences, v. 2, n.2, p. 4445-4450, 2010. Acesso em: 07 jun. 2017.

BERGUE, S.T. Modelos de gestão em organizações públicas. Caxias do Sul: Educs, 2011.

BOOG, G. G.; BOOG, M. Discursos e práticas de gestão de pessoas e equipes. Rio de Janeiro: Elsevier, 2012.

BRASIL, Decreto nº 5707 de 23 de fevereiro de 2006. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2005/lei/l11091.htm. Acesso em: 5 jun. 2017.

CONTRERAS, F. et al. Estilos de liderazgo, clima organizacional y riesgos psicosociales en entidades del sector salud. Un estudio comparativo. Acta Colombiana de Psicologia, v. 12, n.2, p. 13-26, jul./dez. 2009.

COSTA, F. J. Mensuração e desenvolvimento de escalas. Rio de Janeiro: Ciência Moderna, 2011.

COSTA, G. P. Heranças patrimonialistas, (Dis)funções burocráticas, práticas gerenciais e os novos arranjos do Estado em rede: entendendo a configuração atual da administração pública brasileira. Rio de Janeiro: FGV; EBAPE, 2012.

CUNHA, J. V. A.; COELHO, A. C. Regressão linear múltipla. In: CORRAR, L. J.; PAULO, E.; DIAS FILHO, J. M. Análise multivariada. São Paulo: Atlas, 2009.

DILLON, W. R.; GOLDSTEIN, M. Multivariate analysis: methods and applications. New York, John Wiley & Sons, 1984.

DUTRA, J. S. Gestão de pessoas articulada por meio de competências. In: TEIXEIRA, H; J.; BASSOTTI, M.; SANTOS, T.S. Contribuições para a gestão de pessoas na administração pública. São Paulo: FIA/USP, 2013.

FÁVERO, L. P. et al. Análise de dados: modelagem multivariada para tomada de decisões. São Paulo: Campus, 2009.

FOREHAND, G.A; GILMER, B. H. Environmental variation in studies of organizational behavior, Psychological Bulletin, v. 62, n. 6, p. 361-382, 1964.

GEMELLI, I. M. P.; FILIPPIM, E. S. Gestão de pessoas na administração pública: o desafio dos municípios. RACE, Unoesc, v. 9, n. 1-2, p. 153-180, jan./dez. 2010.

GHANBARI, S.; ESKANDARI, A. Organizational climate, job motivation and organizational citizenship behavior. International Journal os Management Perspective, v.1, n. 3, p. 1-14. jul./set, 2009.

GONÇALVES, C.A.M. Cultura e clima organizacional: contributos da motivação e das competências de gestão de líderes. Mangualde: Pedagogo, 2012.

GRIFFITH, J. A compositional analysis of the organizational climate-performance relation: public schools as organizations. Journal of Applied Social Psychology, v.35, n.8, p. 1840-1880, agu. 2006.

HAIR Junior, J. F. et al. Análise multivariada de dados. Porto Alegre: Bookman, 2009.

HOLLOWAY, J. B. Leadership Behavior and organizational climate: na empirical study in a non-profit organizational. Energing Leandership Journeys, v.5, n. 1, p. 9 -35. 2012.

HONG, L.C.; KAUR, S. A relationship between organizational climate, employee personality and intention to leave. International Review of Business Research Papers, v. 4, n. 3, p. 1-10, jun. 2008.

KJELDSEN, A.M.; HANSEN, J.R. Sector differences in the public service motivation- job satisfaction relationship: exploring the role organizational characteristics. Review of Public Personnel Administration, Online First, p. 1-25, fev. 2016.

KLEIN, F.A.; MASCATRNHAS, A.O. Motivação, satisfação profissional e evasão no serviço público: o caso da carreira de especialista em políticas públicas e gestão governamental. Revista de Administração Pública, v. 50, n, 1, p. 17-39, jan. / fev. 2016.

KOENE, B. A, S.; VOGELAAR, L.W.; SOETERS, J. Leadership effects on organizational climate and financial performance: local leadership effect in chain organizations. The Leadership Quarterly, v. 13, n. 3, p. 193-215, jun. 2002.

KUBO, E. K. M. et al. Frankenstein e o clima organizacional: estudo bibliográfico sobre um construto indefinido. Revista Internacional de Investigación em Ciencias Sociales, v. 11, n. 1, p. 35-54, jan./jul., 2015.

LITWIN, G. H; STRINGER, R. A. Motivation and organizacional climate. Cambridge: Havard University Press, 1968.

LONGO, F. Mérito e flexibilidade: gestão das pessoas no setor público. São Paulo: Fundap, 2007.

LÜCK, H. Gestão da cultura e do clima organizacional da escola. Petrópolis: Vozes, 2011.

LUZ, R.S. Gestão do clima organizacional. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2012.

MARCONI, M. A.; LAKATOS, E. Técnicas de pesquisa. São Paulo: Atlas, 2008.

MARTINS, G. A.; THEÓPHILO, C.R. Metodologia na investigação científica para ciências sociais aplicadas. São Paulo: Atlas, 2016.

MARTINS, M. C. F. Clima organizacional. In: SIQUEIRA, M. M. M. Medidas do comportamento organizacional: ferramentas de diagnóstico e de gestão. Porto Alegre: Artmed, 2008.

MATIAS, A. C. M. Clima organizacional e satisfação laboral: um estudo sobre os núcleos hospitalares de epidemiologia de Natal/RN. Natal, 2010.

MATIAS-PEREIRA, J. Manual de gestão pública contemporânea. São Paulo: Atlas, 2012.

McCLELLAND, D. C. The achieving society. Princeton, NJ, Van Nostrand, 1961.

MINGOTI, S. A. Análise de dados através de métodos de estatística multivariada: uma abordagem aplicada. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2007.

MELLO; M. L. B. C; AMÂNCIO FILHO, A. A gestão de recursos humanos em uma instituição pública brasileira de ciência e tecnologia em saúde: o caso Fiocruz. Revista de Administração Pública, v.44, n.3, p. 613-636, mai./jun. 2010.

MÓL, A. L. R. et al. Clima organizacional na administração pública. Rio de Janeiro: FGV, 2010.

MOMENI, N. The relation between managers´ emotional intelligence and the organizational climate they create. Public Personnel Management, v. 38, n. 2, p. 35-88, jun. 2009.

MOTA, E. B.; SILVA, E. R. F.; PORTO, S. Nova administração pública: gestão municipal e tendências contemporâneas. Brasília, DF: Confederação Nacional dos Municípios, v.6, 2008.

NOORDIN, F. et al. Organizational climate: a case of academics and administrative staff. International Journal of Science Commerce and Humanities, v.1, n.8, p. 43-51, dec. 2013.

OLIVEIRA, A. M. A influência do clima organizacional na motivação dos servidores da Fundação Alfredo da Matta. Rio de Janeiro, 2008. Disponível em: <http://bibliotecadigital.fgv.br/dspace/handle/10438/3468>. Acesso em: 25 abr. 2017.

PELZ D.; ANDREWS, F. Scientists in organizations: productive climates for research and development. New York, Wiley, 1966.

PUROHIT, B.; WADHWA, A, Organizational climate from view point of motivation in district hospital, India. Health, v. 4, n. 7, p. 400-406, jul. 2012.

RUEDA, F. J. M.; SANTOS, A. A, A.; LIMA, R.C. Relação entre satisfação no trabalho e clima organizacional: um estudo com trabalhadores. Boletim de Psicologia, v. LXII, n. 137, p. 129-140, dez. 2012

SAMPIERI, R. H.; COLLADO, C. F.; LUCIO, P. B. Metodologia de pesquisa. São Paulo: McGraw-Hill, 2013.

SANTOS, N. M. B. F. Clima organizacional: pesquisa e diagnóstico. Lorena: Stiliano, 1999.

SBRAGIA, R. Um estudo empírico sobre clima organizacional em instituições de pesquisa. Rev. Adm., São Paulo, v. 18, n. 2, abr./jun. p.7-17, 1983.

SILVA, F.M.; MELLO, S.P.T. Implantação da gestão por competências: práticas e resistências no setor público. Revista Eletrônica de Administração e Turismo, v.2. n.1, jan./jun. 2013..

SILVESTRE, H. C. Gestão pública: modelos de prestação no serviço público. Lisboa: Escolar, 2010.

STRINGER, R. A. Leadership and organizational climate: the cloud chamber effect. New Jersey: Prentice Hall, Upper saddler, 2002.

TEIXEIRA, H. J.; SALOMÃO, S.M. Visão sistêmica e gestão de pessoas. In: TEIXEIRA, H; J.; BASSOTTI, M.; SANTOS, T.S. Contribuições para a gestão de pessoas na administração pública. São Paulo: FIA/USP, 2013.

Downloads

Publicado

2019-01-02

Edição

Seção

Artigos