Autonomia do jornalista, ética e política editorial: as implicações do enquadramento da notícia

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5007/1984-6924.2020v17n1p96

Resumo

Este trabalho pretende contribuir para o aprofundamento do estado da arte dos estudos de jornalismo, com relação à autonomia do jornalista quanto à política editorial dos veículos, a partir da avaliação das implicações éticas envolvidas na questão epistemológica da guinada linguística/pragmática dos paradigmas científicos tradicional positivista para o construtivista. Neste contexto, são abordadas questões controversas no campo de estudo do jornalismo como o conceito de objetividade e a autoria do jornalista na construção da notícia. Este propósito é perseguido desde os aportes pragmáticos de George Mead e Charles Peirce até as suas continuidades em teorizações mais recentes. A reflexão problematiza o compromisso do jornalismo com a ética da comunicação e uma postura moral pós-convencional fundamentada no compromisso do jornalismo com o fortalecimento da autoridade do público e o empoderamento da cidadania.

Biografia do Autor

Heitor Costa Lima Rocha, Universidade Federal de Pernambuco

Professor Associado do Departamento de Comunicação Social e do Programa em Pós-Graduação em Comunicação da Universidade Federal de Pernambuco. E-mail: hclrocha@gmail.com.

Anabela Maria Alves Gradim Alves, Universidade da Beira Interior/Portugal

Professora Auxiliar com Agregação, Coordenadora do Grupo de Comunicação e Media do LabCom e Diretora do Doutoramento em Ciências da Comunicação na Universidade da Beira Interior/Portugal. E-mail: agradim@gmail.com.

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Publicado

2020-06-18