Não-individualidade em mecânica quântica
DOI:
https://doi.org/10.5007/1808-1711.2014v18n1p67Resumo
A mecânica quântica não-relativística nos oferece condições de considerar, pelo menos, dois pacotes metafísicos possíveis, porém incompatíveis: uma metafísica de indivíduos e uma metafísica de não-indivíduos. Além disso, o formalismo padrão é compatível com ambas as ontologias, sem que a teoria decida por nenhuma delas. É a partir de uma situação como esta que a tese da subdeterminação da metafísica pela física pode se estabelecer. Encontramos atualmente, entre cientistas e filósofos, aqueles que advogam por uma ontologia ou pela outra, como também há aqueles que não se pronunciam sobre a questão, dado que a teoria, por si só, não a decide. Isso significa que, caso se opte por um desses pacotes, a escolha acaba sendo de ordem metafísica, fomentando muito as discussões filosóficas sobre a individualidade dos objetos quânticos no contexto da física quântica. Partindo de uma conduta metodológica naturalizada, apresentamos os argumentos daqueles que defendem a individualidade dos objetos quânticos e daqueles que defendem, como nós, a não-individualidade, focalizando duas abordagens: (i) a ontológica, na qual a falha do PII, como princípio de individuação, é discutida; e, (ii) a lógica, na qual uma lógica não-reflexiva como também uma teoria quase-conjuntista tornam-se mais adequadas para representar os não-indivíduos. Neste artigo defendemos que a escolha de uma ontologia de não-indivíduos torna-se mais plausível e deve ser levada em conta seriamente, abrindo possibilidades para um pluralismo ontológico.
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