Acurácia da força de preensão manual como discriminador da independência funcional em centenárias

Autores

DOI:

https://doi.org/10.1590/1980-0037.2020v22e57447

Resumo

Objetivou-se verificar e comparar a força de preensão manual (FPM) com as funções das atividades de vida diária (AVD’s) e identificar o ponto de corte dessa força na predição da independência nas AVD’s em centenárias. Participaramdo estudo 24 centenárias, com média de idade de 101,67±2,80 anos. Foram aplicadas nas idosas, em forma de entrevista, questões sobre o estado civil, escolaridade (anos), doenças, dificuldade auditiva e as atividades de vida diária (escala de Katz), para classificar a independência funcional. Foi avaliada a força da preensão manual direita (FPMD) e esquerda (FPME) (média entre as três medidas de cada mão) das centenárias por meio do dinamômetro manual. Foi aplicado o teste U Mann Whitney para comparar a FPMD e FPME com as funções das AVD’s. Para identificar o ponto de corte (sensibilidade e especificidade) da FPM direita e esquerda das centenárias na predição da independência nas funções das AVD’s, foi utilizado as Curvas ROC (Received Operating Characteristic). O ponto de corte de 11 Kgf para a FPMD (sensibilidade=66,7%; especificidade=100%; curva ROC=0,778) e 9 Kgf para a FPME (sensibilidade=66,7%; especificidade=77,8%; curva ROC=0,730) para predizem independência na realização da função “tomar banho”; de 11 Kgf para a FPMD para a função “continência” (sensibilidade=83,3%; especificidade=66,7%; curva ROC=0,712); e de 9 Kgf para a FPME para a “transferência” (sensibilidade=80%; especificidade=71,4%; curva ROC=0,786). Para estas funções a sensibilidade e a especificidade apresentaram valores maiores de 66%.  É necessário um nível mínimo de FPM para executar as funções da AVD com independência. O melhor ponto de corte da FPM para predizer a independência de centenárias, difere de acordo com as funções de vida diária e a mão avaliada. 

Referências

Nations U. Annual Population by Age Groups - Both Sexes. [Internet]. Available from: https://population.un.org/wpp/Download/Standard/Population/ (2017).

GBD 2013 DALYs and HALE Collaborators. Global, regional, and national disability-adjusted life years (DALYs) for 306 diseases and injuries and healthy lifeexpectancy (HALE) for 188 countries, 1990-2013: quantifying the epidemiological transition. Lancet 2015;386(10009):2145-91.

Mossakowska M, Broczek K, Wieczorowska-Tobis K, Klich-Rączka A, Jonas M, Pawlik-Pachucka E, et al. Cognitive performance and functional status are the major factors predicting survival of centenarians in Poland. J Gerontol A Biol Sci Med Sci 2014; 69(10): 1269-1275.

Lino VTS, Pereira SRM, Camacho LAB, Ribeiro Filho ST, Buksman S. Adaptação transcultural da Escala de Independência em Atividades da Vida Diária (Escala de Katz). Cad Saúde Pública 2008; 24(1): 103-112.

World Health Organization Ws. World report on ageing and health.[Internet]. Available from: https://www.who.int/ageing/publications/world-report-2015/en/(2015).

Takakusaki K. Functional Neuroanatomy for Posture and Gait Control. J Mov Disord 2017; 10: 1-17.

Dodds RM, Syddall HE, Cooper R, Benzeval M, Deary IJ, Dennison EM, et al. Grip strength across the life course: normative data from twelve British studies. PLoS One 2014;9(12):e113637.

Schaap LA, Koster A, Visser M. Adiposity, muscle mass, and muscle strength in relation to functional decline in older persons. Epidemiol Rev 2013; 35: 51-65.

Geraldes AAR, Oliveira ARMd, Albuquerque RB, Carvalho JM, Farinatti PTV. A força de preensão manual é boa preditora do desempenho funcional de idosos frágeis: um estudo correlacional múltiplo. Rev Bras Med Esporte 2008; 14(1): 12-16.

Vasconcelos KS, Dias JM, Bastone AC, Vieira RA, Andrade AC, Perracini MR, et al. Handgrip Strength Cutoff Points to Identify Mobility Limitation in Community-dwelling Older People and Associated Factors. J Nutr Health Aging 2016;20(3):306-15.

Taekema DG, Gussekloo J, Maier AB, Westendorp RG, Craen AJ. Handgrip strength as a predictor of functional, psychological and social health. A prospective population-based study among the oldest old. Age Ageing 2010;39(3):331-7.

Rantanen T, Guralnik JM, Foley D, Masaki K, Leveille S, Curb JD, et al. Midlife hand grip strength as a predictor of old age disability. JAMA 1999; 281(6): 558-560.

Franke B, Faraone SV, Asherson P, Buitelaar J, Bau CH, Ramos-Quiroga JA, et al. The genetics of attention deficit/hyperactivity disorder in adults, a review. Mol Psychiatry 2012; 17(10): 960-987.

Mazo GZ. Manual do Entrevistador: Aplicação e Análise do Protocolo de Avaliação Multidimensional do Idoso Centenário [Internet]. Available from:https://drive.google.com/file/d/1US53JWBOaSfQa0sLliqmHCwxbSOelq_V/view. (2018).

Brazilian Institute of Geography and Statistics B. IBGE -Censo Demográfico. [Internet]. Available from:https://sidra.ibge.gov.br/Tabela/1378 (2010).

Mazo GZ. Protocolo de Avaliação Multidimensional do Idoso Centenário.[Internet]. Available from:https://drive.google.com/file/d/18O8sBJa_L8PCHa3OQzK1uOW1Da95LMK3/view (2017).

Richards LG, Olson B, Palmiter-Thomas P. How forearm position affects grip strength. Am J Occup Ther 1996; 50: 133-138.

Bellace JV, Healy D, Besser MP, Byron T, Hohman L. Validity of the Dexter Evaluation System's Jamar dynamometer attachment for assessment of hand grip strength in a normal population. J Hand Ther 2000; 13(1): 46-51.

Figueiredo I, Sampaio R, Mancini M, Silva FC, Souza MA. Test of grip strength using the Jamar dynamometer. Acta Fisiátrica 2007;14(2): 104-110.

Bohannon R, Peolsson A, Massy-Westropp N, Desrosiers J, Bear-Lehman J. Reference values for adult grip strength measured with a Jamar dynamometer: A descriptive meta-analysis. Physiotherapy 2006; 92(1): 11-15.

Alley DE, Shardell MD, Peters KW, McLean RR, Dam TT, Kenny AM, et al. Grip strength cutpoints for the identification of clinically relevant weakness. J Gerontol A Biol Sci Med Sci 2014;69(5):559-66.

Lenardt MH, Grden CR, Sousa JA, Reche PM, Betiolli SE, Ribeiro DK. Factors associated with loss of handgrip strength in long-lived elderly. Rev Esc Enferm USP 2014; 48(6): 1006-1012.

Keller K, Engelhardt M. Strength and muscle mass loss with aging process. Age and strength loss. Muscles Ligaments Tendons J 2013; 3: 346-350.

Oksuzyan A, Maier H, McGue M, Vaupel JW, Christensen K. Sex differences in the level and rate of change of physical function and grip strength in the Danish 1905-cohort study. J Aging Health 2010; 22(5): 589-610.

Ozaki A, Uchiyama M, Tagaya H, Ohida T, Ogihara R. The Japanese Centenarian Study: autonomy was associated with health practices as well as physical status. J Am Geriatr Soc 2007; 55(1): 95-101.

Lam NW, Goh HT, Kamaruzzaman SB, Chin AV, Poi PJ, Tan MP. Normative data for hand grip strength and key pinch strength, stratified by age and gender for a multiethnic Asian population. Singapore Med J 2016; 57(10): 578-584.

Downloads

Publicado

2020-06-24

Edição

Seção

Artigos Originais