Exercício físico, processo inflamatório e adaptação: uma visão geral

Autores

  • Fernando Oliveira Catanho da Silva Universidade Estadual de Campinas; Instituto de Biologia; Departamento de Bioquímica. Laboratório de Bioquímica do Exercício. Campinas, São Paulo, Brasil.
  • Denise Vaz Macedo Universidade Estadual de Campinas; Instituto de Biologia; Departamento de Bioquímica. Laboratório de Bioquímica do Exercício. Campinas, São Paulo, Brasil.

DOI:

https://doi.org/10.1590/1980-0037.2011v13n4p320

Resumo

O exercício físico induz inflamação, evento que ocorre para promover o reparo e remodelamento tecidual após o trauma. A ativação do processo inflamatório é local e sistêmico, valendo-se para isso de diversas células e componentes secretados. O objetivo

é restabelecer a homeostasia orgânica após uma única sessão ou após diversas sessões de exercícios. A resposta de fase aguda consiste de ações integradas entre leucócitos, citocinas, proteínas de fase aguda, hormônios e outras moléculas sinalizadoras que controlam a resposta tanto a uma sessão de exercícios como também direcionam as adaptações decorrentes do treinamento. Nessa revisão, apresentaremos um panorama geral sobre inflamação e exercício físico, e os dados na literatura sobre marcadores de inflamação em resposta a diferentes protocolos experimentais. Os resultados obtidos apontam respostas distintas sobre o processo inflamatório em relação aos efeitos agudos ou crônicos dos exercícios. De forma geral, uma única sessão de exercício físico intenso induz um estado pró-inflamatório, representado por leucocitose transitória, em decorrência de neutrofilia, monocitose e linfocitose, seguida de supressão parcial da imunidade celular. Também têm sido observados aumentos nas concentrações séricas da enzima creatina quinase, proteína C-reativa e moléculas de adesão celular, além do aumento na secreção de cortisol e citocinas. Já o treinamento físico sistematizado pode levar a um estado anti-inflamatório local e sistêmico. Esse ambiente anti-inflamatório viabilizaria a adaptação e, ao mesmo tempo, protegeria o organismo contra o desenvolvimento de patologias inflamatórias crônicas e dos efeitos nocivos do overtraining, quando parece prevalecer um estado pró-inflamatório e pró-oxidante crônico e sistêmico.

Biografia do Autor

Fernando Oliveira Catanho da Silva, Universidade Estadual de Campinas; Instituto de Biologia; Departamento de Bioquímica. Laboratório de Bioquímica do Exercício. Campinas, São Paulo, Brasil.

Denise Vaz Macedo, Universidade Estadual de Campinas; Instituto de Biologia; Departamento de Bioquímica. Laboratório de Bioquímica do Exercício. Campinas, São Paulo, Brasil.

Publicado

2011-06-15

Edição

Seção

Artigos de Revisão