AS PUBLICAÇÕES FEMINISTAS E A POLÍTICA TRANSNACIONAL DA TRADUÇÃO: REFLEXÕES DO CAMPO
DOI:
https://doi.org/10.1590/S0104-026X2003000100017Resumo
Este artigo investiga os pressupostos teóricos das viagens das teorias feministas pelo eixo Norte–Sul, argumentando que teorizar no feminismo implica desde já engajar-se em tradução – traduzir conceitos e terminologias de um campo disciplinar para as categorias analíticas de outro(s) em um processo que Gayatri Spivak caracteriza como “transação dinâmica de significados”, ou seja, o ato de colocar uma forma de teorizar em contato ou transação com outra (ou várias outras) na leitura de qualquer tipo de texto, literário ou social. Nos resvalos resultantes desse encontro de linguagens, textos e significados, e a partir de traduções necessariamente infiéis, faz-se possível a construção de outros mapas do conhecimento. No entanto, para que haja qualquer tipo de circulação de teorias e conceitos, é preciso a existência de aparatos materiais (por exemplo, as revistas feministas) que organizam traduções e disseminações. Refletindo a partir do lugar específico que ocupei como co-editora da Revista Estudos Feministas entre 1998 e 2002, teço algumas considerações sobre as práticas de mediação praticadas pela revista nas traduções das teorias feministas.
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