Circulação e vivência nas cidades: ser mulher, ser fl âneuse

Autores

DOI:

https://doi.org/10.1590/1806-9584-2021v29n167152

Resumo

Neste artigo, propomos uma reflexão sobre a circulação das mulheres nas cidades, entendendo que os caminhos e as experiências nas diversas cidades grandes do mundo se diferem, levando em consideração as questões de raça e classe inseridas ao pesquisarmos essas mulheres. Encontramos o conceito da flâneuse, mulher que percorre caminhos pela cidade ao mesmo tempo em que reflete e cria durante esses trajetos, buscando de que maneira se dá a relação da mulher com as ruas da cidade e como, nessa relação, surgem mecanismos de resistência, ao trazê-lo para o âmbito da região metropolitana do Rio de Janeiro e suas especificidades.

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Biografia do Autor

Luisa Antonitsch Mansilha Mello, Serviço Social do Comércio

Produtora cultural, crítica de cinema e mestre pelo Programa de Pós-Graduação em Educação, Cultura e Comunicação em Periferias Urbanas (PPGECC), Universidade do Estado do Rio de Janeiro.

Ana Paula Pereira da Gama Alves Ribeiro, Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Antropóloga, doutora em Saúde Coletiva. Professora Adjunta da Faculdade de Educação da Baixada Fluminense e do Programa de Pós-Graduação em Educação, Cultura e Comunicação em Periferias Urbanas (PPGECC), Universidade do Estado do Rio de Janeiro

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Publicado

2021-07-21

Como Citar

Mansilha Mello, L. A., & Ribeiro, A. P. P. da G. A. (2021). Circulação e vivência nas cidades: ser mulher, ser fl âneuse. Revista Estudos Feministas, 29(1). https://doi.org/10.1590/1806-9584-2021v29n167152

Edição

Seção

Artigos