Simulações e fragmentações

algoritmos como potência de heterogeneização da cultura visual digital contemporânea

Autores

  • Paula Davies Rezende Universidade de São Paulo

DOI:

https://doi.org/10.5007/1807-9288.2022.e83703

Resumo

Este artigo tem como objetivo abordar a crescente presença da inteligência artificial na vida cotidiana, bem como analisar as diversas consequências dos algoritmos de coleta massiva de dados no consumo de conteúdo cultural e artístico. Argumenta-se que a ilusão de objetividade que reside nos processos tecnológicos facilita o hábito de deixar a responsabilidade da escolha dos conteúdos a serem consumidos no dia a dia para algoritmos de curadoria como Netflix, Spotify, Google Notícias, além de colaborar para homogeneização da cultura visual. Por fim, apresento proposições de resistência ao uso massificante da tecnologia e proponho um experimento artístico baseado em tecnologia digital como linha de fuga poética para a pasteurização da cultura visual digital contemporânea.

Biografia do Autor

Paula Davies Rezende, Universidade de São Paulo

Doutoranda pelo Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais da Universidade de São Paulo, onde desenvolve pesquisa sobre arte tecnológica, sob orientação da Profa. Dra. Branca Coutinho. Mestra pelo Programa de Pós-Graduação Interunidades em Estética e História da Arte da Universidade de São Paulo (2017), onde desenvolveu pesquisa sobre o fotógrafo checho Miroslav Tich e fotografia de baixa fidelidade sob orientação da Profa. Dra. Helouise Lima Costa. Especialista em Preservação de Acervos de Ciência e Tecnologia pelo Museu de Astronomia e Ciências Afins (MAST) do Rio de Janeiro (2012), onde desenvolveu pesquisa sobre a preservação de acervos de equipamentos técnicos cinematográficos, sob orientação da Profa. Dra. Maria Lucia de N. M. Loureiro. Graduada no Curso Superior do Audiovisual, pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (2007).

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Publicado

2022-05-02