A utopia da tradução em Austerlitz: uma obra entre três linguagens
DOI:
https://doi.org/10.5007/2175-7968.2014v3nespp14Resumo
Este texto discute a relação entre os regimes visual e verbal na obra Austerlitz de W. G. Sebald (1944-2001) e propõe uma comparação entre a obra alemã e as traduções portuguesa e brasileira, analisando os deslocamentos de sentido que surgem quando, nas traduções, a disposição das fotografias é alterada dentro do texto. Ao modo de Mieke Bal, o espaço de interação entre o legível e o visível é entendido como o espaço de entrecruzamento, suplementaridade e desdobramento de sentidos. Assim não há em Austerlitz uma relação de autonomia entre imagem e texto, mas sim de interdependência mútua, na qual a vitalidade semio-estética da obra se ancora. A comparação analítica de três passagens da obra pretende mostrar que, numa tradução, na qual estão envolvidos diferentes regimes de signos, certas mudanças na forma refletem não apenas em diferenças plásticas, mas também em mudanças simbólicas e conceituais. Se de um lado as análises pretendem elucidar a riqueza discursiva que se esconde na interface imagem-texto dentro da obra de Sebald, de outro revelam também quão complexa e utópica é a tarefa tradutora quando esta se confronta não apenas com as distâncias entre as línguas, mas também entre as linguagens.
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