Além atlântico: a prática tradutória de Herberto Helder
DOI:
https://doi.org/10.5007/2175-7968.2014v3nespp198Resumo
A tradução, na obra do escritor Herberto Helder, opera uma sinuosa reescrita que visa a atualização de vozes de poetas que, em temporalidades distintas, culturas diversas, partilharam elementos acerca de um específico saber poético. A hipótese que se levanta é que a via a que recorre o poeta português para o estabelecimento do diálogo com textos outros não se restringe ao espaço de uma memória nacional ou de um imaginário imperialista e mítico português. Helder se detém, como tradutor, na poesia ameríndia – asteca, quíchua, Yuma, Sioux, Omaha, Navaja, na dos índios das montanhas rochosas, na dos peles-vermelhas - como também na dos esquimós, tártaros, japoneses, indonésios, árabes-andaluzes e mexicanos do ciclo nauatle. A sua prática tradutória parece recusar a noção de literatura como discurso historicamente demarcado no espaço e no tempo ao ignorar parte considerável da poesia moderna oriunda da civilização européia. Escolhe poetas e poemas não em termos utópicos de uma circunscrição de uma única língua portuguesa, mas vozes que heterodoxalmente mesclam lucidez com desvario.
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