A tradução como um ‘acordo dialógico’: uma perspectiva bakhtiniana

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5007/2175-7968.2018v38n3p549

Resumo

A teoria dialógica de Mikhail Bakhtin (1895-1975) oferece um potencial em aberto para uma tradutibilidade criativa de culturas. Ao capacitar o tradutor a incorporar os traços culturais da cultura-fonte e da cultura-alvo, o dialogismo provê uma saída ao dilema entre lealdade e liberdade que incomoda os estudos da tradução há anos. Uma teoria bakhtiniana da tradução entrelaça os “fios dialógicos vivos” entre cultura-fonte e cultura-alvo, a fim de criar um ambiente de abertura. Este artigo explora os vários significados do termo “diálogo” e busca mostrar a significação e as implicações da compreensão da tradução como uma interanimação no sentido bakhtiniano.

Biografia do Autor

Orison Marden Bandeira de Melo Jr., Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, Rio Grande do Norte

Professor adjunto do Departamento de Línguas e Literaturas Estrangeiras Modernas  (DLLEM) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e professor permanente do Programa de Pós-Graduação em Estudos da Linguagem (PPgEL/UFRN). Possui doutorado pelo Programa de Pós-graduação em Linguística Aplicada e Estudos da Linguagem (PUC-SP).

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Publicado

12-09-2018

Como Citar

Bandeira de Melo Jr., O. M. (2018). A tradução como um ‘acordo dialógico’: uma perspectiva bakhtiniana. Cadernos De Tradução, 38(3), 549–562. https://doi.org/10.5007/2175-7968.2018v38n3p549

Edição

Seção

Artigo Traduzido