Plurilinguismo e pluridiscursividade: caminhos decoloniais para a educação escolar indígena
DOI:
https://doi.org/10.5007/1984-8420.2022.e83836Palavras-chave:
Educação escolar indígena, Línguas indígenas, Povos originários, Políticas linguísticas educacionaisResumo
Neste artigo propomos uma reflexão sobre a educação escolar indígena, a preservação das línguas originárias e os documentos oficiais que asseguram às comunidades indígenas uma educação escolar diferenciada, especialmente por percebermos que tais documentos não garantem às comunidades indígenas aportes didáticos que escapem às prerrogativas estritamente culturais ou integracionistas com sentido salvacionista colonial. Para tanto, realizamos uma análise bibliográfica e um levantamento documental de dois extremos do Brasil, o Estado de Roraima (Norte do país) e de Santa Catarina (Sul do país), no que tange aos documentos normativos sobre educação escolar indígena, a fim de discutir sobre como é possível, a partir dos documentos oficiais que amparam e legalizam a educação escolar indígena, (re)criarmos novos discursos que possam incluir a pluralidade linguística e discursiva dos povos originários, considerando tais documentos como instrumentos de políticas linguísticas educacionais.
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