Entre letramentos e a construção de identidades: o texto literário amapaense nas aulas de língua portuguesa

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5007/1984-8420.2020v21n2p134

Resumo

Neste trabalho buscou-se, como objetivo geral, analisar como os professores inserem os textos da literatura amapaense nas aulas de língua portuguesa e, de modo específico, entender o que os professores pensam acerca do ensino da leitura literária, compreendendo como tais textos são explorados nas escolas, além disso, discutir como a literatura amapaense pode favorecer à (re)construção e a negociação das identidades dos alunos. Para tanto, foram mobilizados conhecimentos da literatura, como o letramento literário e a formação de leitores literários, discutido, respectivamente, a partir de Cosson (2016) e Rouxel (2013); bem como também nos valemos da Linguística Aplicada quanto ao letramento crítico e multiletramentos – segundo Cassany (2005), Matos e Valério (2010) e Cope e Kalantzis (2009) – e a (re)construção das identidades por meio da língua, de acordo com Maristella-de-Andrade e Figueiredo (2013), Rajagopalan (2009) e Norton (2013). Esta pesquisa é, portanto, qualitativo-interpretativista, sendo realizada em cinco escolas (A, B, C, D e E) por meio de entrevistas com cinco professores e da aplicação de questionários semiabertos aos responsáveis pelas bibliotecas e salas de leitura, todos pertencentes às escolas pesquisadas. Assim, diante dos dados que dispomos, avaliamos que ainda falta compreender e, consequentemente, trabalhar a leitura (incluindo a literária) e a produção escrita como práticas sociais que permeiam as atividades humanas, devendo oportunizar aos alunos práticas de ensino que os possibilitem pensar seus espaços locais por meio da leitura crítica, também de textos da literatura amapaense, e de modo a (re)construírem suas identidades.

Biografia do Autor

Lílian Latties, Universidade do Estado do Amapá (UEAP)

Doutoranda em Língua e Cultura pela UFBA, Mestra em Linguística Aplicada pela Unisinos. Professora Assistente na Universidade do Estado do Amapá (UEAP).

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Publicado

2020-12-10