Profissionais de Educação Infantil na Suécia: limites e possibilidades de compartilhamento de tarefas entre homens e mulheres
DOI:
https://doi.org/10.5007/1980-4512.2020v22n42p341Resumo
Este artigo tem como objetivo principal problematizar a divisão do trabalho pedagógico entre homens e mulheres que atuam em pré-escolas na Suécia. Nesse sentido, busca-se refletir sobre como as responsabilidades e tarefas são divididas a partir do gênero dos profissionais no cotidiano das pré-escolas. Dessa forma, utiliza-se como principal referencial teórico a categoria de “gênero”, a partir dos estudos de Judith Butler. Para tanto, parte-se de uma investigação mais ampla, realizada em duas instituições educacionais e cujo escopo da investigação se constituiu de nove profissionais, sendo sete mulheres e dois homens. Por meio da observação sistemática do cotidiano laboral desses profissionais, e apoiados nos estudos de gênero, os resultados apontaram que não há uma paridade no que diz respeito à na divisão de tarefas e práticas realizadas pelos profissionais investigados, visto que as mulheres trazem mais para si a responsabilidade de estabelecer normas e regras com as crianças.
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