A vida como resistência: considerações sobre gênero, sexualidade e envelhecimento a partir do filme Party Girl
DOI:
https://doi.org/10.5007/1980-4512.2022.e81953Palavras-chave:
Scripts de gênero, Envelhecimento, Resistência, FronteiraResumo
Neste texto, inspirado pela nossa participação em um cine debate sobre a produção “Party Girl”, pretendemos problematizar questões referentes à generificação, à sexualização e ao envelhecimento dos corpos. Para cumprir com esse objetivo, nos apoiaremos nos Estudos de Gênero, nos Estudos Culturais e em teorizações do filósofo Michel Foucault, bem como de outros/as autores/as vinculados/as à perspectiva de análise pós-estruturalista. Consideramos que o controle dos corpos se dá de diversas maneiras e, nesse artigo, abordaremos as estratégias de poder que buscam conduzir os sujeitos através de certos scripts normalizadores de comportamento. Ao mesmo tempo, destacaremos formas de resistência da personagem principal às tentativas de controlar sua conduta. Tal resistência, que compõe o dispositivo da sexualidade, se dá na criação de uma vida como obra de arte que inventa scripts alternativos.
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