Programa Criança Feliz: erradicar a pobreza responsabilizando as mulheres
DOI:
https://doi.org/10.5007/1980-4512.2022.e84994Palavras-chave:
Programa Criança Feliz, Pobreza, EducaçãoResumo
Este artigo é um recorte da pesquisa intitulada Programa Criança Feliz: felicidade para quem? A qual realizou uma análise do programa federal Criança Feliz. Para esse texto, definimos como objetivo discutir as ações e práticas do Programa prestadas às famílias. A partir da metodologia da pesquisa documental de cunho qualitativo, foi realizada uma análise de documentos normativos e orientadores no intuito de apreender os pressupostos que o programa defende. Nossas discussões se pautaram no arcabouço teórico do campo crítico dos estudos da política de assistência social, do Estado, da educação infantil e da perspectiva feminista de reprodução social, defendida por Arruzza; Bhattacharya; Fraser (2019) e Federici (2019; 2021), a qual situa o feminismo para além da categoria de classe e trabalho produtivo. Nesse sentido, as análises indicam que a definição de pobreza determina à mulher e a criança um lugar específico mediado por uma educação compensatória via programas de parentalidade.
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