Infâncias e feminidades nas ciências pós-pandêmicas: novos modos de re-existência

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5007/1980-4512.2022.e87206

Palavras-chave:

Feminidades, Infâncias, Ciências, Educação em Ciências

Resumo

Nos dias atuais, é possível nos referirmos a uma desherança (no original espanhol, desherencia) das Ciências, sendo necessário reconhecer que o saber é transmitido como herança de uma geração para àquela que a sucede. O presente trabalho, baseado em abordagens: filosófica, sociológica e cultural da infância, e em argumentos dos movimentos feministas sobre as Ciências, por meio de estilo ensaístico de escrita, se propõe a refletir acerca das contribuições que as infâncias e as feminidades podem dar ao processo de renovação do conhecimento científico e da Educação em Ciências, num momento de crise produzida pela pandemia da COVID-19. Nossa perspectiva é a de que as infâncias e as feminidades inspiram um “devir-ciência, uma oportunidade de reexistir no mundo pós-pandemia COVID-19, a partir de saberes científicos mais integrativos e de vivências mais intensivas que não sejam militarizadas, excessivamente formais e academicamente esotéricas.

Biografia do Autor

Marcos Pires Leodoro, Universidade Federal da Paraíba - UFPB

Possui graduação em Licenciatura em Física pelo Instituto de Física e Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (1991), mestrado em Educação (área de concentração: Didática) e doutorado em Educação (área de concentração: Ensino de Ciências e Matemática), ambos pelo Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade de São Paulo (2005) e Pós-doutorado em História da Educação pelo Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal da Paraíba (2016). Desde 2021, é pesquisador e professor adjunto do Departamento de Metodologia da Educação da Universidade Federal da Paraíba - UFPB. No período de 2020-2021, atuou junto ao Departamento de Física do Instituto de Ciências Exatas, Naturais e Educação da Universidade Federal do Triângulo Mineiro -UFTM. Anteriormente, atuou junto ao Departamento de Metodologia de Ensino da Universidade Federal de São Carlos - UFSCar (2006-2020). Tem experiência na área de Educação, com ênfase em Ensino-Aprendizagem, atuando principalmente nos seguintes temas: materiais didáticos, Ensino de Física, Ensino de Ciências, formação de professores, educação científica e divulgação científica. 

Carolina Rodrigues de Souza, Universidade Federal de São Carlos - UFSCar

Doutora em Educação pela Universidade Federal de São Carlos - UFSCar, com co-tutela na Ecole Normale Supérieure de Cachan, França (2008); mestre em Educação pela UFSCar (2004) e licenciada em Ciências Exatas, habilitada em Física pela Universidade de São Paulo - USP (2001). Atualmente é docente da Universidade Federal de São Carlos (UFScar), no Departamento Metodologia de Ensino (DME). Tem experiência na área de Educação, com ênfase na Educação em Ciências com aporte na discussão da epistemologia da Diferença. Coordenadora Institucional do PIBID da UFSCar. Líder do grupo de pesquisa Des:mutação - Vida, Ciência e Educação - https://www.xn--desmutao-xza3b.com.br/ 

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Publicado

2022-12-19