Mudanças e persistências na formação para docência em creches e pré-escolas

Autores

  • Sílvia Adriana Rodrigues Curso de Pedagogia e Programa de Pós-Graduação em Educação, Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS)

DOI:

https://doi.org/10.5007/1980-4512.2017v19n36p328

Resumo

As reflexões trazidas no presente artigo têm como intento se unir ao debate sobre identidade e profissionalidade dos docentes da educação infantil, tendo como pressuposto que embora a Educação Infantil tenha sido reconhecida como parte da educação básica e diretrizes político-pedagógicas já foram elaboradas considerando a especificidade desse nível de ensino, o cotidiano em que tais proposições deveriam ganhar materialidade, em alguns contextos, ainda não reflete estes avanços, em grande medida, porque ainda persistem percepções equivocadas do que é ser professor de crianças pequenas. Dessa forma, são aqui retomadas algumas discussões sobre crenças e valores que foram sendo associados sóciohistoricamente à profissão que se ocupa de educar e cuidar crianças pequenas e que ainda muito interferem no que se entende sobre ser e estar na docência na Educação Infantil; tal esforço se dá no sentido de contribuir para o necessário movimento de reelaboração do imaginário social e reconhecimento desta como atividade profissional qualificada.

Biografia do Autor

Sílvia Adriana Rodrigues, Curso de Pedagogia e Programa de Pós-Graduação em Educação, Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS)

Possui doutorado e mestrado em Educação e graduação em Pedagogia pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP). Atualmente é professora adjunta do curso de Pedagogia da Unversidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS).

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Publicado

2017-12-18