Mapeamento de atributos da criatividade em atividades brincantes para crianças de cinco a sete anos.

Autores/as

  • Maria Lúcia Vinha Universidade Estadual do Norte do Paraná - Jacarezinho
  • João Josué Silva Filho Universidade Federal de Santa Catarina
  • Juliana Lemos Pires Lanças Universidade Estadual do Norte do Paraná

DOI:

https://doi.org/10.5007/1980-4512.2014n29p84

Resumen

O principal objetivo deste estudo foi mapear atributos da criatividade manifestados por crianças de cinco a sete anos em atividades brincantes realizadas no Programa de Erradicação do Trabalho Infantil da cidade de Jacarezinho, estado do Paraná. O estudo teve por base as pesquisas, bibliográfica e de campo, incluindo o Planejamento e a Execução das Atividades Brincantes; a Observação Participante; o Debate com as Professoras, Equipe Pedagógica e Direção do PETI; e os Registros em Diário de Campo.  As atividades foram planejadas e aplicadas para um grupo de vinte e cinco crianças de ambos os sexos no período de março a julho de 2011, totalizando trinta encontros de uma hora, cada, em duas vezes na semana. Para efeitos de sistematização, as atividades brincantes propostas e desenvolvidas foram divididas em oito Grupos. São eles: 1) Brincadeiras Cantadas, acompanhadas de Coreografias; 2) Jogos; 3) Atividades Rítmicas; 4) Imitações; 5) Composições Plásticas; 6) Ginástica; 7) Brincadeiras Antigas; 8) Contando Histórias. Nessas atividades foram destacados, atributos de criatividade, tais como: a formação de ideias ou hipóteses, o teste de hipóteses, e a comunicação dos resultados; a capacidade de ver e entender as coisas, a originalidade, a complexidade, a surpresa, a imprevisibilidade, a curiosidade, a inventividade, a imaginação, a descoberta, a exploração, a experimentação, a criação de algo novo. Também foram destacadas, características de ludicidade nas atividades desenvolvidas tais como, a situação imaginária, a imitação e as regras. Concluiu-se que as atividades brincantes são fundamentais para o desenvolvimento dessas crianças no sentido de possibilitar a ampliação da experiência pessoal. Além disso, conclui-se que a teoria de Vigotski, principalmente no que se refere à formação de conceitos, de mediação e de zona de desenvolvimento imediato, constituem-se em importantes fundamentos para abordar a relação entre criatividade e atividades brincantes.

 


Biografía del autor/a

Maria Lúcia Vinha, Universidade Estadual do Norte do Paraná - Jacarezinho

Doutora em Educação pela USP e professora da  Universidade Estadual do Norte do Paraná

João Josué Silva Filho, Universidade Federal de Santa Catarina

Doutor em Educação, professor do PPGE em Educação da UFSC

Juliana Lemos Pires Lanças, Universidade Estadual do Norte do Paraná

Professora de Educação Física e Fisioterapeuta formada na Universidade Estadual do Norte do Paraná

Citas

BARTLETT, F. Thinking. New York: Basic Books, 1958.

BERLYNE, D.E. Aesthetics and Psychobiology. New York: Appleton-Century-Crofts, 1971.

CERISARA, Ana Beatriz. De como o Papai do Céu, o Coelhinho da Páscoa, os Anjos e o Papai Noel foram viver juntos no céu! In: KISHIMOTO, Tizuko Morchida. (Org.). O brincar e suas teorias. São Paulo: Cengage Learning, 2010.

CORSARO, Willian. Entrada no campo, aceitação e natureza da participação nos estudos etnográficos com crianças pequenas. Educação e Sociedade. Campinas, v. 26, n. 91, 2005.

FERREIRA, Maria Manuela Martinho. “- A gente aqui o que gosta mais é de brincar com os outros meninos!” – as crianças como atores sociais e a (re) organização social do grupo de pares no cotidiano de um Jardim de Infância. Dissertação de doutoramento em Ciências da Educação, Universidade do Porto, Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação. 2002.

GUILFORD, Joy Paul. Factors That Aid and Hinder Creativity. In: GOWAN, John Curtis; DEMOS, George D.; TORRANCE, Ellis Paul et alii. Creativity: Its Educational Implications. USA: John Wiley & Sons, 1967.

MARTINDALE, Colin. Como podemos medir a criatividade de uma sociedade? In: BODEN, Margaret A. (Org.). Dimensões da criatividade. Porto Alegre: Artes Médicas Sul Ltda., 1999. p. 166-201.

PARRAT-DAYAN, Silvia. Gênio e Criatividade. In: VASCONCELOS, Mário Sérgio. (Org.). Criatividade: Psicologia, Educação e Conhecimento do novo. São Paulo: Moderna, 2001. p. 113-124.

RIBOT, Théodule Armand. Essai sur l’imagination créatice. Paris: F. Alcan, 1900.

SARMENTO, Manuel. Gerações e alteridade: interrogações a partir da Sociologia da Infância. Educação & Sociedade. (Dossiê Temático Sociologia da Infância: pesquisas com crianças). CEDES- Brasil, v. 26, n.91, p.361-273, 2005.

TORRANCE, Ellis Paul. Why Fly?: A Philosophy of Creativity. New Jersey, EUA: Ablex Publishing Corporation, 1995.

VIGOTSKI, Lev Semenovich. Imaginação e criação na infância: ensaio psicológico. Apresentação e comentários de Ana Luiza Smolka. Tradução de Zoia Prestes. São Paulo: Ática, 2009.

VIGOTSKI, Lev Semenovich. A construção do pensamento e da linguagem. Tradução de Paulo Bezerra. 2. ed. 2. tiragem. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2010.

Publicado

2014-01-09

Número

Sección

Artigos Demanda Contínua