Tensões Organizacionais Inerentes como Elemento Distintivo à Natureza dos Negócios Sociais

Autores

  • Seimor Walchhütter Centro Universitário FEI
  • Edson Sadao Iizuka Centro Universitário FEI

DOI:

https://doi.org/10.5007/2175-8077.2019V21n53p129

Resumo

Os Negócios Sociais (NS) são como organizações lucrativas e que possuem, simultaneamente, um propósito social e, em alguns casos, ambiental.  A necessidade de conciliar esses objetivos pode fazer com que os NS sofram tensões organizacionais específicas em suas atividades. Nesse sentido, a complexidade que apresenta esse campo, devido ao seu caráter aparentemente axiomático, é justamente o fator motivacional dessa pesquisa que tem por objetivo, compreender as tensões relativas aos NS. Por meio de uma revisão da literatura em NS e de achados empíricos a partir de um estudo de casos múltiplos, foi possível identificar que os NS enfrentam desafios únicos ao combinarem objetivos distintos. Os resultados desta pesquisa demonstram que as tensões que ocorrem nas quatro dimensões organizacionais identificadas nos estudos de Smith, Gonin e Besharov (2013) proporcionam um desequilíbrio permanente característico à esse tipo organizacional que o distingue de organizações provenientes de outros setores da sociedade, identificadas nesse artigo como: tensões relacionados ao desempenho, à aspectos organizacionais, ao pertencimento e à aprendizagem, as quais, de acordo com a revisão teórica e achados empíricos, são inerentes aos NS.

Biografia do Autor

Seimor Walchhütter, Centro Universitário FEI

Prof. graduação e pós-graduação em Administração de Empresas. Departamento de Pós Graduação, Mestrado e Doutorado do Centro Universitário FEI

Edson Sadao Iizuka, Centro Universitário FEI

Prof. graduação e pós-graduação em Administração de Empresas. Departamento de Pós Graduação, Mestrado e Doutorado do Centro Universitário FEI

Referências

AVANTE. Propósito e Valores. Disponível em: <https://www.avante.com.vc/quem-somos/#valores>. Acesso em: 13 jul. 2016.

BATTILANA, J.; LEE, M. Advancing research on hybrid organizing–insights from the study of social enterprises. The Academy of Management Annals, [s.l.], v. 8, n. 1, p. 397-441, 11 fev. 2014. Disponível em: <https://doi.org/10.1080/19416520.2014.893615>. Acesso em: 19 abr. 2016.

BATTILANA, J.; LEE, M.; SENGUL, M.; PACHE, A. C.; MODE,L J. Harnessing productive tensions in hybrid organizations: the case of work integration social enterprises. Academy of Management Journal, [s.1.], v. 58, n. 6, p. 1658-1685, 15 nov. 2014. Disponível em: <https://doi.org/10.5465/amj.2013.0903>. Acesso em: 11 dez. 2014.

BANCO PÉROLA. Nossa história e nossos resultados. 2016. Disponível em: <http://www.bancoperola.org.br>. Acesso em: 04 fev. 2016.

BERGER, P.; LUCKMANN, T. A construção social da realidade: tratado de sociologia do conhecimento. 28. ed. Petrópolis: Vozes, 2008.

BORNSTEIN, D.; DAVIS, S. Social entrepreneurship: what everyone needs to know. New York: Oxford University Press, 2010.

BORZAGA, C.; DEPEDRI, S.; GALERA, G. Interpreting social enterprises. Revista de Administração, São Paulo, v. 47, n. 3, p. 398-409, jul./sep. 2012.

DEFOURNY, J. & NYSSENS, M. Fundamentals for an International Typology of Social Enterprise Models. Voluntas, vol. 28, n.1, p. 2469–2497, 2017a.

DOHERTY, B.; HAUGH, H.; LYON, F. Social enterprises as hybrid organizations: A review and research agenda. International Journal of Management Reviews, UK, v. 16, n. 4, p. 417-436, 3 jan. 2014. Disponível em: <https://doi.org/10.1111/ijmr.12028>. Acesso em: 10 mai. 2014

EISENHARDT, K. Building theories from case study research. Academy of Management Review, Nova York, v. 14, n. 4, p. 532-550, oct. 1989.

FLICK, U. Uma introdução à pesquisa qualitativa. 2. ed. Porto Alegre: Bookmam, 2004.

GOÓC. Missão. Disponível em: <http://goocecosandal.com.br>. Acesso em: 13 jul. 2016.

IIZUKA, E.; VARELA, C.; LARROUDÉ, E. Social business dilemmas in Brazil: Rede Asta case. Revista de Administração de Empresas, São Paulo, v. 55, n. 4, p. 385-396, jul./ago. 2015.

JAY, J. Navigating paradox as a mechanism of change and innovation in hybrid organizations. Academy of Management Journal, Nova York, v. 56, n. 1, p. 137-159, feb. 2013.

LÜSCHER, L. S.; LEWIS, M. W. Organizational change and managerial sensemaking: Working through paradox. Academy of Management Journal, Nova York, v. 51, n. 2, p. 221-240, 1 apr. 2008.

MAIR, J.; MARTÍ, I. Social entrepreneurship research: a source of explanation, prediction and delight. Journal of World Business, [s.l.], v. 44, n. 1, p. 36-44, feb. 2006.

MARGIONO, A., ZOLIN, R., & CHANG, A. A typology of social venture business model configurations. International Journal of Entrepreneurial Behavior & Research, v.24, n.3, P.626-650, 2018.

MORADIGNA. Fazer o bem. 2016. Disponível em: <http://www.moradigna.com.br>.Acesso em: 04 fev. 2016.

MOURA, A.; COMINI, G.; TEODÓSIO, A. The international growth of a social business: a case study. Revista de Administração de Empresas, São Paulo, v. 55, n. 4, p. 444-460, jul./ago. 2015.

PEREDO, A.; MCLEAN, M. Social entrepreneurship: a critical review of the concept. Journal of World Business, [s.l.], v. 41, n. 1, p. 56-65, feb. 2006.

PRAHALAD, C.; HART, S. The fortune at the bottom of the pyramid. Strategy Business, [s.l.], n. 26, p. 1-26, 10 jan. 2002.

PRAHALAD, C. A riqueza na base da pirâmide: como erradicar a pobreza com o lucro. Porto Alegre: Bookman, 2005.

ROMANI-DIAS, M. et al. A pesquisa acadêmica sobre negócios sociais no Brasil e no mundo. In: ENCONTRO DA ANPAD, 40., 2016, Costa do Sauípe. Anais eletrônicos... São Paulo: ANPAD, 2016. p. 1-21. Disponível em: <https://www.researchgate.net/publication/319451286_A_Pesquisa_Academica_sobre_Negocios_Sociais_no_Brasil_e_no_Mundo>. Acesso em: 03 dez. 2016.

SEN, A.; MENDES, R. D. Desenvolvimento como liberdade. São Paulo: Companhia das Letras, 2000.

SMITH, W.; GONIN, M; BESHAROV, M. Managing social-business tensions: a review and research agenda for social enterprise. Business Ethics Quarterly, Cambridge, v. 23, n. 03, p. 407-442, jul. 2013.

SMITH, W.; LEWIS, M. Toward a theory of paradox: A dynamic equilibrium model of organizing. Academy of Management Review, [s.l.], v. 36, n. 2, p. 381-403, apr. 2011.

TRACEY, P.; PHILLIPS, N.; JARVIS, O. Bridging institutional entrepreneurship and the creation of new organizational forms: A multilevel model. Organization Science, [s.l.], v. 22, n. 1, p. 60-80, feb. 2011.

WILLIAMS, C.; NADIN, S. Beyond the commercial versus social entrepreneurship divide: Some lessons from English localities. Social Enterprise Journal, [s.l.], v. 7, n. 2, p. 118-129, 2011.

YIN, R.. Estudo de caso: planejamento e métodos. Porto Alegre: Bookman, 2001.

YUNUS, M. Creating a world without poverty: social business and the future of capitalism. New York: Public Affairs, 2006.

YUNUS, M.; MOINGEON, B.; LEHMANN-ORTEGA, L. Building social business models: lessons from the Grameen experience. Long range planning, [s.l.], v. 43, n. 2, p. 308-325, apr. 2010.

ZAHRA, S. et al. A typology of social entrepreneurs: motives, search processes and ethical challenges. Jornal of Business Venturing, [s.l.], v. 24, n. 5, p. 509-532, 2009.

Downloads

Publicado

2019-04-12

Como Citar

Walchhütter, S., & Iizuka, E. S. (2019). Tensões Organizacionais Inerentes como Elemento Distintivo à Natureza dos Negócios Sociais. Revista De Ciências Da Administração, 21(53), 129–143. https://doi.org/10.5007/2175-8077.2019V21n53p129

Edição

Seção

Artigos